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Indústria 4.0 atinge poucos

Por Daniela Maccio - 09 de Junho 2016
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As mudanças na indústria não param. Máquinas, trabalhadores, produtos e matérias-primas estão cada vez mais conectados e interligados por novos sistemas e conexões em tempo real, e toda essa tecnologia está atrelada a um novo conceito: a indústria 4.0, que veio para aumentar a competitividade do setor industrial. A lista de tecnologias consideradas 4.0 englobam o uso de sensores, impressão 3D e a utilização de serviços em nuvem, entre outros.

 

A indústria 4.0 está mais consolidada no exterior do que no Brasil, o que torna ainda urgente a tarefas das empresas brasileiras de avançar na digitalização. No País, um estudo inédito realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que apenas 48% das empresas industriais nacionais utilizam pelo menos uma tecnologia digital. A pesquisa foi realizada com 2.225 empresas de todos os portes. “O Brasil hoje tem um problema muito grande da baixa produtividade da indústria”, afirma Renato da Fonseca, gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI. “Os países desenvolvidos já têm as indústrias mais avançadas com essa tecnologia. O Brasil está correndo atrás”, afirma Fonseca.

 

O relativo atraso do Brasil também fica evidente porque 43% das empresas consultadas pela CNI não identificam quais tecnologias têm potencial para alavancar a competitividade do setor industrial. Nas pequenas empresas, esse porcentual sobe para 57%. Entre as grandes, a fatia recua para 32%. O uso das tecnologias digitais também permanece limitado porque está mais concentrado no processo e não no desenvolvimento e na concepção de novos modelos de negócios. “Hoje ainda a indústria está muito centrada no controle de processo. Isso é bom porque vai aumentar a competitividade, mas as empresas precisam estar preparadas para essa onda”, afirma Fonseca, da CNI. “Será preciso pensar numa linha mais flexível para atrair novos consumidores, e reduzir o tempo de inovações na linha de produção”, diz.

 

O levantamento também apurou que as empresas decidem usar as novas tecnologias principalmente para reduzir custos operacionais (54%) e aumentar a produtividade (50%).

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