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Indústria moveleira global avança “no escuro” e vê rota para 2026

Revisado Natalia Concentino - 04 de Dezembro 2025
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A incerteza em torno das políticas de comércio internacional dominou o cenário econômico de 2025. Segundo o FMI, apesar do alarde inicial, o choque tarifário acabou sendo menor do que o projetado. Ainda assim, seu impacto foi significativo: empresas e consumidores anteciparam compras e investimentos temendo tarifas mais altas, o que deu um impulso temporário à atividade global no início do ano.

 

Com o arrefecimento da economia mundial e a plena aplicação das novas tarifas, a expectativa é de que o crescimento do comércio internacional desacelere em 2026 — e o setor moveleiro não foge a essa tendência. Estimativas preliminares da CSIL apontam para um crescimento próximo de 1% nas exportações globais de móveis em 2025 (valor corrente em dólar). Porém, os efeitos das tarifas implementadas em meados de outubro devem aparecer com força apenas no próximo ano.

 

Sem acordos duradouros entre os principais parceiros comerciais, a incerteza permanece elevada. Nesse contexto, a CSIL realizou uma pesquisa com associações do setor para entender, a partir da realidade das empresas, quais dinâmicas estão emergindo na indústria moveleira global.

 

Oportunidades em meio ao caos

 

Apesar de 2025 ter sido um ano desafiador, também abriu portas relevantes.


A esmagadora maioria dos respondentes (73%) destacou que o uso de ferramentas digitais para marketing, vendas e facilitação de comércio se tornou uma grande oportunidade competitiva. Outros 63% apontaram o desenvolvimento de produtos de nicho ou de maior valor agregado como caminho natural para atender mercados internacionais mais exigentes.

 

Desafios variam por região, mas a pressão é global

 

Os principais entraves relatados em 2025 foram a queda no volume exportado e a perda de competitividade em preços. Há, porém, exceções: América do Sul e África sentiram menos a redução das vendas externas, embora também enfrentem custos de exportação mais altos.

 

As novas tarifas afetaram sobretudo o comércio com os Estados Unidos, enquanto a incerteza regulatória atingiu praticamente todas as regiões. O relatório reforça que tarifas mudam fluxos comerciais aos poucos, mas a incerteza sobre políticas futuras afeta o comércio imediatamente.

 

Empresas buscam novas rotas

 

Diante desse cenário, 65% dos entrevistados afirmam que as empresas associadas estão entrando ou expandindo presença em mercados emergentes, com forte destaque para Oriente Médio, África, América do Sul e Índia.


É um movimento que deve ganhar força em 2026.

 

leia: MV encerra o ano com edição especial e os novos rumos do setor

 

O que esperar do próximo ano

 

Para 2026, o setor prevê: Aumento de tarifas na América do Norte, Mais barreiras não tarifárias nos EUA e na Europa.

 

Estas barreiras, especialmente as regulatórias, são hoje a maior preocupação: 57% citaram o aumento dos custos de compliance como desafio extremamente relevante.

 

Nem tudo é risco: novos acordos e demanda sustentável ajudam

 

Entre os pontos positivos, o estudo cita:

 

  1. A possibilidade de novos acordos comerciais, como o acordo UE-Mercosul e tratados do Vietnã, que podem abrir mercados e melhorar condições de exportação.
  2. O avanço da demanda global por produtos sustentáveis e certificados, tendência que favorece móveis ecológicos e soluções inovadoras.

 

Com informações https://www.worldfurnitureonline.com

 

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