IMG-LOGO

Latam Retail aponta desafios da digitalização e da IA no varejo

Revisado Natalia Concentino - 18 de Setembro 2025
Dia_2_-_geral.jpg

A lacuna entre a adoção de tecnologias baseadas em IA e os impactos financeiros nos negócios chamaram a atenção no segundo dia do Latam Retail Show, que acontece em São Paulo. Dados apresentados no painel “Digitalização e Inteligência Artificial: Transformando a Rentabilidade dos Negócios”, mostraram que, apesar de 98% das empresas já terem utilizado soluções com IA, apenas 26% obtiveram rentabilidade e 8% conseguiram escalar essas iniciativas. 

 

Janice Mendes, sócia-diretora da Gouvêa Malls, Thiago Silva, diretor sênior de Inovação e Parcerias do iFood, e Richard Svartman, diretor de Estratégia Digital da Multiplan focaram o uso da IA de dados como ferramenta para transformar a relação entre consumidores e marcas. Para Janice, se fala muito de B2C e B2B, mas que agora é necessário incorporar o modelo de negócios A2C e A2B – relativo ao uso de agentes de IA diretamente para o consumidor ou outros negócios. 

 

Janice Mendes, sócia-diretora da Gouvêa Malls, Thiago Silva, diretor sênior de Inovação e Parcerias do iFood, e Richard Svartman, diretor de Estratégia Digital da Multiplan 

 

No painel “Varejo com resultado: estratégias para crescer, operar e lucrar em um cenário incerto”, foi analisado o cenário macroeconômico atual sob diferentes perspectivas. Felipe Cohen, CMO da Magazine Luiza, mostrou como a empresa tem diversificado suas fontes de receita por meio do Magalu Log — que 40% das receitas já vêm de clientes fora do Magalu —, do Magalu Bank e do investimento em cloud. Na Pague Menos mostrou que 6% dos consumidores respondem por 70% das vendas, o que exige uma atuação direcionada, com forte investimento em treinamento e motivação das equipes.

 

leia: Debates estratégicos dominam 1º dia do Latam Retail Show

 

Equipes de venda

 

A capacitação de equipes de vendas foi tema do painel “Corra, varejo, corra: os muitos desafios na capacitação de pessoas vendedoras em um cenário de alta rotatividade”, A discussão girou em torno de como a alta rotatividade no varejo exige mais do que ferramentas de vendas: é preciso investir em cultura, propósito, reconhecimento e desenvolvimento humano. 

 

Roberta Andrade, diretora de Educação Corporativa da Friedman e gonow1, apresentou uma jornada de capacitação que integra indicadores de gente com indicadores de vendas, com foco na retenção e no engajamento. A mensagem unânime foi clara: não se transforma a experiência do cliente sem antes transformar a experiência dos colaboradores.

 

No painel “Digital detox: do hype ao humano – o varejo volta a ser espaço de vínculo”, a discussão refletiu sobre como o propósito inicial das redes sociais — a conexão — deu lugar a um cenário de excesso de estímulos, ruídos e distrações. Bem como os impactos da superexposição digital na saúde mental, destacando dados da OMS de 2024 que apontam o Brasil como líder na América Latina em casos de depressão e ansiedade. 

 

Como reinventar seu legado

 

No painel “Tradição vs inovação: como reinventar sem destruir o legado na era da AI” foi abordado os desafios enfrentados por marcas tradicionais em um contexto de aceleração tecnológica. Carlos Capps, vice-presidente CPG & Retail Industry Leader da IBM, e Sissi Freeman, diretora de Marketing e Vendas da Granado, discutiram como equilibrar herança de marca com transformação digital. 

 

A executiva da Granado compartilhou como a experiência internacional tem estimulado inovação na operação brasileira, especialmente, na categoria de perfumaria, que lidera as vendas fora do país. A discussão trouxe reflexões sobre o uso de inteligência artificial e dados como ferramenta para impulsionar a inovação e também alertou para o risco de iniciativas que adotam tecnologia apenas como resposta ao hype do mercado, sem planejamento estratégico de longo prazo.

Comentários