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Magalu decide não entrar na guerra de preços dos marketplaces

Revisado Natalia Concentino - 10 de Novembro 2025
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O Magazine Luiza decidiu manter distância da disputa agressiva por preços que vem marcando o mercado de marketplaces no Brasil. A postura, que já havia sido sinalizada em trimestres anteriores, foi reforçada no balanço do terceiro trimestre divulgado na quinta-feira (6) e voltou a ser defendida pelo CEO da companhia, Fred Trajano, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (7).

 

“Nosso resultado é no Brasil, nosso custo também. Se entregarmos um resultado muito negativo, não há uma matriz estrangeira que vá enviar recursos para fechar as contas no fim do ano”, afirmou Trajano, ao comentar o cenário competitivo no e-commerce.

 

A fala faz referência direta à disputa travada por grandes players internacionais como Mercado Livre, Amazon e Shopee no segmento 3P — quando o marketplace apenas intermedeia vendas de terceiros. Essas empresas têm ampliado sua participação no país oferecendo frete grátis de forma agressiva e suportando margens reduzidas na tentativa de consolidar terreno. Na prática, trata-se de uma estratégia que admite sacrificar lucratividade para ganhar escala e fidelizar o consumidor.

 

O Magalu, no entanto, não pretende seguir pelo mesmo caminho. “Nunca fomos uma empresa de crescer dando prejuízo”, disse Trajano.

 

O balanço do trimestre mostra os efeitos dessa escolha. O volume total de vendas caiu 2,6% na comparação anual, para R$ 15,1 bilhões. Enquanto as lojas físicas avançaram sobre uma base já forte, o e-commerce — especialmente no modelo 3P — registrou retração próxima de 12%, movimento que desagradou parte dos analistas e concentrou a atenção do mercado.

 

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Apesar da pressão competitiva, a companhia reafirma sua prioridade: preservar margens e concentrar esforços em categorias rentáveis, evitando entrar em segmentos onde seria necessário “pagar para vender”. Trajano lembrou que essa não é a primeira vez que o varejo digital brasileiro enfrenta uma disputa deste tipo. “No passado, houve o debate sobre o 1P, com empresas financiadas por fundos de venture capital. Também não entramos naquela guerra irracional. Agora vemos essa dinâmica no 3P… com excesso de subsídios e frete grátis”, afirmou.

 

A diferença entre os modelos segue central para a estratégia: no 1P, o varejista compra e revende produtos de seu próprio estoque; no 3P, a plataforma apenas conecta vendedores e consumidores. É neste último que a competição hoje está mais acirrada.

 

Ao optar por não acompanhar rivais na prática de descontos e subsídios agressivos, o Magalu sinaliza ao mercado que está disposto a aceitar períodos de crescimento mais lento para garantir uma operação financeiramente sustentável. A mensagem, segundo a companhia, é clara: não haverá corrida para ganhar volume a qualquer custo.

 

Com informações: Seu Dinheiro

Comentários

  • Ari Bruno Lorandi
    21:13 13/11/2025

    Um lixo de loja que não se responsabiliza por quem vende em seu site. E mais, dificulta reclamação de parceiros que não entregam.

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