IMG-LOGO

O poço de aumentos de preços de insumos parece não ter fundo

Por Natalia Concentino - 02 de Março 2021
view-from-the-bottom-of-the-well.jpg

Nada está tão ruim que não possa ficar pior. Esta frase, muito antiga, parece feita para a situação em que se encontra a indústria de móveis no momento.

É verdade que devemos considerar que o efeito de um aumento geralmente ocorre em cascata e acaba parando no elo que tem menos condições de repassar. Também é provável que um aumento no preço dos painéis tenha origem na floresta, assim como do TDI nos poços de petróleo, do aço nas jazidas de ferro e assim por diante.

Que a pandemia mudou o comportamento de toda a cadeia de fornecimento do setor moveleiro é um fato.

Nos últimos dias, depois que recomendamos em nosso comentário semanal “Cá Entre Nós” para que fabricantes tivessem cuidados com pedidos para entregas com mais de 40 dias, uma avalanche de queixas chegou à redação. Clientes reclamando de fornecedores que só vendem com pagamento antecipado e, às vezes, na hora de emitir a Nota Fiscal para embarque, exigem complementação, por conta de aumentos de matérias-primas entre o pedido e o embarque. Mas, como assim, se o pagamento foi antecipado?

E os aumentos são na casa de dois dígitos. E, antes de digerir um, vem outro. É o caso dos painéis de madeira, com previsão de nova alta para abril, elevando MUITO acima de 20% apenas este ano.

leia: PREÇOS DE AÇO NO BRASIL ESTÃO PRÓXIMOS DE INCENTIVAR IMPORTAÇÃO

Um fabricante lembrou que a situação atual se assemelha ao que acontecia antes do Plano Real, quando a inflação tinha índice diário, não mensal.

A diferença é que agora a inflação está dentro da meta e, mesmo considerando a lei da oferta e da procura, é ingenuidade pensar que não há por trás dos aumentos um exagero que pode custar caro, inclusive para os que estão exercendo esta prática agora.

 

Comentários

Ari Bruno Lorandi

Jornalista profissional com mais de 40 anos de atividades. Atua em estratégias de comunicação e marketing no setor moveleiro há 30 anos. É Diretor de marketing do Intelligence Group do Brasil, empresa de comunicação e marketing com sede em Curitiba. A empresa publica a revista Móveis de Valor, Móveis de Valor Norte & Nordeste, Anuário de Colchões Brasil e criou a primeira TV do setor moveleiro no mundo em atividade desde 2008.