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Veja por que a demanda baixa de consumo é bom sinal para o setor

Por Natalia Concentino - 01 de Setembro 2020
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Sob efeitos da pandemia do COVID-19 e do isolamento social, o PIB caiu 9,7% no segundo trimestre de 2020, em relação ao primeiro trimestre de 2020, na série com ajuste sazonal. Essa foi a queda mais intensa da série histórica, iniciada em 1996. Entre os segmentos, a maior queda foi na Indústria (-12,3%), seguida por Serviços (-9,7%). A Agropecuária apresentou variação positiva de 0,4%.

Entre as atividades industriais, destacam-se as quedas nas Indústrias de Transformação (-17,5%), na Construção (-5,7%), na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-4,4%) e nas Indústrias Extrativas (-1,1%).

Nos Serviços, os resultados negativos foram: Outras atividades de serviços (-19,8%), Transporte, armazenagem e correio (-19,3%), Comércio (-13,0%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-7,6%), Informação e comunicação (-3,0%). Por outro lado, houve resultado positivo nas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,8%) e nas Atividades imobiliárias (0,5%). Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (-15,4%), a Despesa de Consumo das Famílias (-12,5%) e a Despesa de Consumo do Governo (-8,8%) caíram em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Já as Exportações de Bens e Serviços cresceram 1,8%, enquanto as Importações de Bens e Serviços recuaram 13,2% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

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Queda nas despesas das famílias é indicativo de futuro promissor

O IBGE identificou que a Despesa de Consumo das Famílias no 2º trimestre recuou 12,5% na comparação com o 1º trimestre deste ano. Por mais paradoxal que possa parecer, este é um indicativo positivo para o setor moveleiro. É importante ler nas entrelinhas que a queda no consumo ocorreu de maneira mais contundente em setores como vestuário, calçados, transporte, viagens, por exemplo. São itens que continuarão convivendo com índices baixos de consumo, tendo em vista o modo de vida atual, determinado pelo isolamento social que deve permanecer até a chegada de vacinas o que, na melhor das hipóteses vai ocorrer no primeiro trimestre de 2021.

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A prorrogação do pagamento do auxílio emergencial até dezembro, mesmo em valores menores, também vai contribuir para movimentar o consumo. E móveis vai permanecer no topo das intenções de compras provavelmente até o final do ano que vem.

Esta previsão não é obra do acaso, mas da demanda reprimida dos últimos cinco anos, período em que as vendas de móveis recuaram quase 24%, segundo pesquisa do IBGE.

 

Queda de 11,4% em relação ao 2º tri de 2019 é a maior da série, iniciada em 1996

Comparado a igual período de 2019, o PIB caiu 11,4% no segundo trimestre de 2020, sendo essa a maior contração trimestral registrada na série histórica, iniciada em 1996, para essa base de comparação. O Valor Adicionado a preços básicos teve queda de 10,8% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios recuaram em 15,6%.

Entre as atividades, a Agropecuária cresceu 1,2%, em relação a igual período de 2019, o que pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no segundo trimestre e pela produtividade.

A Indústria teve queda de 12,7%, a mais intensa da série histórica, nesta de comparação. A atividade Indústrias de Transformação teve o pior resultado (-20,0%), outro recorde negativo da série histórica, influenciado, principalmente, pelo recuo na fabricação de veículos; de outros produtos de transporte; de máquinas e equipamentos; e na indústria têxtil e de artigos de vestuário. O segundo recuo mais intenso veio da Construção (-11,1%), corroborada pela redução da ocupação e da produção de seus insumos.

A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos apresentou queda de 5,8%, explicada pela queda da economia como um todo. Em contrapartida, as Indústrias Extrativas apresentaram variação positiva de 6,8%, com um aumento da extração de petróleo. A extração de minérios ferrosos continua a cair, porém em taxas menores.

Já Serviços caiu 11,2% em relação ao mesmo período de 2019, a maior queda já registrada na série histórica. Os piores resultados foram em Outras atividades de serviços (-23,6%) e Transporte, armazenagem e correio (-20,8%). Houve quedas em Comércio (-14,1%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-8,6%) e Informação e comunicação (-3,2%). Por outro lado, Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,6%) e Atividades imobiliárias (1,4%) apresentaram resultados positivos.

A Despesa de Consumo das Famílias teve contração de 13,5%, índice que representa a maior queda registrada na série histórica. Este foi o segundo resultado negativo desta comparação após 11 trimestres de avanço. O índice pode ser explicado pelo isolamento social no país, proibição de funcionamento de algumas atividades especialmente de serviços prestados às famílias, além queda da massa de salarial no país no segundo trimestre de 2020.

A Formação Bruta de Capital Fixo recuou 15,2% no segundo trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. A queda é justificada pelos resultados negativos registrados tanto na produção interna de bens de capital quanto na construção. A Despesa de Consumo do Governo teve queda de 8,6% em relação ao segundo trimestre de 2019.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 0,5%, enquanto as Importações de Bens e Serviços recuaram 14,9% no segundo trimestre de 2020.

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