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Prime Day da Amazon: mais pressão na indústria por descontos?

Por Natalia Concentino - 29 de Setembro 2020
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Depois de anunciar um novo centro de distribuição no Brasil no início de setembro, a Amazon lança agora sua data de promoções exclusivas para assinantes no País. "Não vamos parar por aí", diz o presidente da marca no Brasil, Alex Szapiro.

Com um ano do serviço Prime por aqui, a empresa diz ter uma série de lançamentos programados para as próximas semanas, mas não dá números concretos do quanto os investimentos por aqui têm rendido. "O que posso dizer é que hoje o Brasil é um dos principais países do Prime no mundo", afirma.

O serviço de assinaturas da companhia conta hoje com 150 milhões dos chamados "prime members" em nível global. Ele diz que o crescimento de assinantes no País é acima da média.

O investimento no novo centro de distribuição (CD) em Cajamar, na Grande São Paulo - quinto da companhia no Brasil e o quarto na cidade paulista - teve muito a ver com a nova data de promoções que a empresa traz agora para cá. A intenção da empresa é atender à alta de demanda que os descontos costumam trazer ao redor do mundo, mas com rapidez na entrega - uma característica da marca.

Aliás, mais aberturas de centros de distribuição em novos Estados estão no radar da companhia, segundo o executivo. Para ele, a pandemia da covid-19 apenas antecipou investimentos para suprir as necessidades dos consumidores com maior sortimento de produtos e com mais pontos físicos de armazenamento para acelerar as entregas.

Quando questionado a respeito da competição no e-commerce brasileiro, que conta com mais players brigando por mercado do que em outros países, o executivo diz não estar preocupado. "Gasto zero do meu tempo olhando para competidores. Zero do meu tempo olhando para relatórios de bancos", afirma. Na última semana, um relatório do HSBC apontou que o setor de e-commerce brasileiro, no médio prazo, deve assistir a fusões e aquisições dos principais players do ramo ou então passar por uma competição de preço tão acirrada que empurre alguns deles para fora da disputa.

leia: CUSTOS NA PRODUÇÃO E DESCONTOS PODEM AFETAR A RETOMADA?

"No Brasil, existem atualmente cinco players e nós achamos difícil ver todos eles desfrutando de uma participação de mercado de 15-20%", afirma o texto dos analistas Ravi Jain e Felipe Cassimiro. Na corrida pelo download dos aplicativos, segundo o banco, a Amazon vem crescendo no País.

No entanto, ainda muito abaixo das concorrentes já estabelecidas por aqui. "Os downloads de aplicativos da Amazon Brasil melhoraram, chegando a 1 milhão em agosto de 2020, mas ainda significativamente abaixo das concorrentes que variam de 2,5 milhões a 3,5 milhões de downloads", dizem os analistas.Para Szapiro, o varejo brasileiro é um campo enorme de atuação.

"A penetração do e-commerce no Brasil está em torno de 5 a 6%", diz. Ele avalia que ao prestar um serviço de qualidade, não há por que se preocupar com a concorrência, já que haveria muito espaço a ser conquistado.

E os investimentos da companhia por aqui para acelerar as entregas não são poucos. O executivo afirma que, quando o Prime foi lançado por aqui, a entrega em dois dias atingia 6 cidades. Um ano depois, a entrega neste prazo chega a 400 municípios.

Prime Day
As promoções do Prime Day devem acontecer entre 13 e 14 de outubro. Nas 48 horas de evento serão disponibilizados mais de um milhão de itens em todo o mundo e em todas as categorias de produtos.

As promoções acontecerão simultaneamente nos EUA, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Cingapura, Holanda, México, Luxemburgo, Japão, Itália, Alemanha, França, China, Canadá, Bélgica, Áustria, Austrália e, participando pela primeira vez neste ano, Turquia e Brasil.

Os descontos são exclusivos para assinantes do serviço Prime, mas é possível acessá-los no período gratuito de teste, sem ter pago nenhuma mensalidade. "Durante o Prime Day, ofereceremos aqui mais de 15 mil promoções de produtos e marcas em mais de 30 categorias", completa Szapiro.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

Atualização às 17:03

O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 8 pontos na passagem de agosto para setembro deste ano. Com o resultado, o indicador chegou a 106,7 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, o maior nível desde janeiro de 2013, quando também registrou 106,7 pontos.

Este é um dado bastante positivo, porque mostra que os empresários acreditam que o pior já passou. Mas, quando a indústria respira, principalmente a moveleira, sempre surge uma notícia que traz uma certa apreensão. É o caso da informação sobre o Prime Day, uma nova data de promoção com descontos.

Há 15 dias terminou a Semana Brasil, e os resultados não foram bons. Houve queda de 8,3% das vendas comparada com a de 2019, segundo levantamento apresentado pelo Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA), que monitora 1,5 milhão de varejistas credenciados à empresa de meios de pagamentos.

O Prime Day acontece em meados de outubro e no final de novembro tem a Black Friday. É um calendário sem nenhum sentido do ponto de vista de mercado. Todos os eventos acontecem em época do ano onde as vendas são naturalmente estimuladas pelas festas de final de ano.

E para piorar, em ano de pandemia, não teremos uma, mas sim três blacks Fridays e a indústria é quem vai pagar a conta de novo. Ou será que desta vez não?

Por Ari bruno Lorandi, Diretor da Móveis de Valor

 

 

 

 

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