IMG-LOGO

Ricardo Eletro, a crise sem fim

Por Jeniffer Oliveira - 07 de Maio 2018
Ricardo-Eletro-crise-sem-fim.jpg

Sem fôlego para pagar compromissos financeiros, a Máquina de Vendas, que resultou do casamento entre a Ricardo Eletro e a Insinuante, negocia diretamente com três grandes bancos — Itaú Unibanco, Bradesco e Santander — a reestruturação de sua dívida. Os débitos com esses credores já equivalem a 51% do patrimônio do terceiro maior grupo varejista no segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, afirma uma fonte próxima às negociações. E levanta questionamentos sobre o risco de perda do controle da operação para as instituições financeiras.

 

O texto acima parece de ontem, mas é de 2016.

 

Em outubro de 2017, as notícias davam conta de uma reengenharia. Na ocasião, a Máquina de Vendas, dona das lojas Ricardo Eletro, chegou a um acordo com seus bancos credores para equacionar uma dívida de cerca de R$ 1,5 bilhão e recuperar o fôlego num momento em que seus concorrentes estão capitalizados e o PIB começa uma retomada.

 

O caminho encontrado pelos maiores credores da empresa — Bradesco, Santander e Itaú — foi o de capitalizar a rede com a dívida velha, uma arquitetura engenhosa que preservava a viabilidade da companhia e captura a recuperação do valor do ativo para os bancos no caso de uma venda. “Do jeito que o negócio estava, ele tinha valor negativo. Agora, com o Brasil se recuperando, passa a ter algum valor”, disse uma  fonte que conhecia a companhia por dentro na época. “Os bancos acharam uma forma de tomar a empresa sem levar ativo e passivo junto.”

 

De lá para cá, no entanto, as notícias permanecem as mais desencontradas. O valor da dívida oscila de RS 1,5 bilhão e R$ 3 bilhões. Há fontes que garantem que a chinesa Alibaba está de olho na companhia. A chilena Falabella também já demonstrou interesse na Máquina de Vendas.

 

Setor de Móveis

 

Os três bancos credores naturalmente torcem para uma solução que leve eles às menores perdas. No entanto, o maior problema está nas mãos dos fornecedores. Neste caso, principalmente fabricantes de móveis e eletrodomésticos. Não existem informações oficiais sobre o volume de dívida com o setor de móveis, mas  fontes ouvidas pela reportagem da Móveis de Valor dão conta de que  o montante pode passar dos R$ 100 milhões.

 

Atualmente, enquanto se aguarda uma definição dos credores ou que se confirme alguma negociação de venda da rede, a Máquina de Vendas está adquirindo móveis com pagamento antecipado, mas o que preocupa os empresários do setor de móveis é o valor de entregas anteriores e que segue sem previsão de pagamento.

Comentários