Tarifas de importação aos EUA impulsionam a produção doméstica
O tema mais discutido no mercado de outono de High Point é um só: as tarifas. A incerteza nos preços e a interrupção na cadeia de suprimentos são a constante nos showrooms. Em resposta, fornecedores e compradores estão buscando soluções criativas para gerenciar os custos e manter a confiança do consumidor.
Apesar da redução na demanda de curto prazo causada pela incerteza econômica e pelas tarifas, o setor demonstra resiliência e adaptabilidade.
O Desafio e as Estratégias dos Importadores
Os importadores estão sendo os mais atingidos, obrigados a repensar suas faixas de preço e logística:
- Foco no Preço Baixo: O fornecedor Magnussen, por exemplo, viu uma oportunidade imediata no mercado de entrada, buscando grupos de produtos que ofereçam o máximo de custo-benefício para os consumidores, mesmo com o aumento de custos.
- Malabarismo Logístico: Empresas como a Woodbridge Furniture, que importam móveis de alto padrão, precisam equilibrar a classificação de seus produtos. A diretora de marketing, Savannah Brown, relatou que enviar itens já estofados implica tarifas adicionais, forçando soluções como o envio de estruturas vazias (COM - Material de Propriedade do Cliente) para o setor de design, amenizando o impacto.
Fabricantes Nacionais Veem Vantagem
Para os produtores domésticos, a situação tarifária criou um campo de concorrência mais equilibrado, reacendendo o interesse em produtos "Fabricados nos EUA":
- Vantagem Competitiva: Produtores nacionais de madeira maciça, como a Copeland Furniture, veem as tarifas como um ponto positivo, pois reduzem a diferença de custo em relação aos concorrentes importados.
- O Retorno do "Made in USA": Rob Spilman Jr., da Bassett Furniture, observou que a equação tarifária, aliada à crescente preocupação com a sustentabilidade, diminuiu a resistência do consumidor em pagar mais por produtos feitos nos EUA. Cerca de 80% dos produtos da Bassett são fabricados internamente.
- Força na Produção Doméstica: A Sunbrella, de tecidos de alto desempenho, enfatiza que a produção nacional de seus produtos de interiores nos EUA é uma vantagem competitiva crucial em meio à crise da cadeia de suprimentos global.
Cautela e o Novo Normal
O clima geral no mercado é de cautela. Compradores estão menos focados em fechar grandes pedidos imediatamente.
Craig Nelson, da startup Catherine’s Home, notou que os compradores estão "tentando sentir o que está acontecendo" antes de se comprometerem. No entanto, o lado positivo é que as expectativas de preços já se ajustaram à nova realidade, indicando que, após a volatilidade inicial, o mercado está encontrando um novo normal.
Em resumo, High Point está revelando um setor que usa a incerteza tarifária não apenas como um desafio, mas como um catalisador para a reestruturação, favorecendo a produção interna e exigindo maior agilidade e inteligência nas estratégias de suprimento e precificação.
www.furnituretoday.com contribuiu para esta matéria




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