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Venda no varejo decepciona em junho, a de móveis ainda mais

Revisado Natalia Concentino - 13 de Agosto 2025
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Imagem: Freepik

As vendas no varejo brasileiro frustraram as expectativas e encerraram o segundo trimestre com queda em junho pelo terceiro mês seguido, em uma acomodação após terem mostrado força no início do ano e reforçando as perspectivas de um arrefecimento da atividade.

 

Em junho, as vendas tiveram recuo de 0,1% na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,7% e após quedas de 0,4% em maio e 0,3% em abril.

 

O resultado divulgado na quarta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve alta de 0,3% nas vendas, contra expectativa de avanço de 2,4%.

 

Com isso, as vendas varejistas encerraram o segundo trimestre com alta de 0,1% sobre os três meses anteriores, desacelerando ante os ganhos de 0,7% no primeiro trimestre, segundo o IBGE.

 

A expectativa entre analistas é de desaceleração gradual no ritmo do comércio ao longo do ano sob o impacto do aperto monetário realizado pelo Banco Central, que começa a aparecer de forma mais clara e afeta o crédito. A taxa básica de juros Selic está atualmente em 15% e o BC já indicou que ela seguirá em patamar elevado por tempo prolongado.

 

“Vão se avolumando os sinais de desaceleração da atividade, com destaque para a fraqueza do comércio, que acumula três meses consecutivos de queda e já mostra recuos em segmentos antes resilientes”, afirmou Leonardo Costa, economista do ASA.

 

Por outro lado, ainda sustentam o consumo um mercado de trabalho aquecido com massa salarial robusta, enquanto pesam as incertezas provocadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras que entraram em vigor neste mês.

 

“O que ainda há de positivo para o comércio é o crescimento e melhora do mercado de trabalho com mais ocupação, mais renda e avanço da massa salarial. Isso ajuda no poder de compra”, disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa no IBGE.

 

Venda de móveis acompanha a queda

 

As vendas de móveis na comparação com o mês anterior não são divulgadas pelo IBGE, o que dificulta a avaliação do comportamento mensal, mas comparando junho com igual mês de 2024, o varejo de móveis despencou, tanto em receita nominal quanto em volume. Foram -6,1% e -9,7%, respectivamente.

 

Este resultado empurrou os índices acumulados do 1º semestre para o terreno negativo, inclusive em receita nominal, com -0,4% e 3,4%, respectivamente.

 

Estes números reduziram os dados positivos na avaliação do varejo de móveis em 12 meses. A Taxa anualizada, que em maio estavam em 5,8% em receita e 3,8% em volume, caiu para 4,3% e 2,0%.

 

leia: Varejo que aprende é varejo que vende

 

São Paulo continua afundando as vendas do setor

 

Três regiões apresentam resultados muito abaixo da média nacional em venda de móveis no varejo: São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul (veja quadro). Por outro lado, Rio de Janeiro, Pernambuco e Espírito Santo lideram em alta.

 

O problema é a representatividade de São Paulo no consumo nacional. Em venda de móveis chega a 28%, segundo o estudo Mapa do Mercado, do Instituto Impulso.

 

Veja abaixo o quadro do desempenho acumulado do varejo de móveis no 1º semestre de 2025:

 

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