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Black Fraude? Preços sobem até 70% antes da data, diz Ibevar

Por Natalia Concentino - 26 de Novembro 2020
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Faltando alguns dias para a Black Friday 2020, o consumidor que espera conseguir bons preços na data promocional já deve estar de olho nas promoções. Porém, talvez não seja tão fácil assim achar valores atrativos em diversas categorias de produtos.

Um estudo do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), mostrou que, desde junho até novembro de 2020, algumas categorias de produtos tiveram aumento de até 70% no preço. Para chegar à conclusão do estudo, o Ibevar reuniu os preços de 6.500 produtos diferentes, de mais de 30 categorias.

Segundo o instituto, a pesquisa serve para auxiliar o consumidor que quer evitar promoções falsas, mostrando quais itens acabaram entrando na “Black Fraude”. Ainda de acordo com o Ibevar, os maiores reajustes de preços ocorreram principalmente na primeira quinzena de novembro.

“Observa-se que os percentuais acumulados no período de começo de junho até 15 de novembro são bastante significativos. 90% das remarcações acumuladas ou são de média intensidade [aumento maior que 10%] ou forte [aumento maior que 25%]”, diz um trecho da pesquisa.

Ainda que os preços de alguns produtos tenham caído no começo do segundo semestre, a alta a partir de novembro foi generalizada e englobou todas as categorias.

18 das categorias analisadas tiveram um aumento de preço maior do que 25% na segunda quinzena de novembro, enquanto as outras 12 sofreram com flutuações entre 4% e 20%, sinalizando que esses produtos podem oferecer falsas promoções durante a sexta-feira de descontos.

Para Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, um aumento generalizado dos preços justamente no mês da Black Friday é surpreendente. Segundo ele, por mais que um leve aumento de preço com a chegada das festas de fim de ano seja esperado, uma alta de todas as categorias é preocupante.

“Os aumentos não são normais. Na maioria das situações, ocorre um aumento que visa, posteriormente, apresentar uma redução de preços. De fato, o título ‘promoção’ acaba sendo uma ação ilusória, a menos que o consumidor tenha tido o cuidado de pesquisar esses valores com bastante antecedência e acompanhe a sua evolução”, diz Angelo.

Freezers (+63,5%), câmeras e filmadoras (+43,7%), micro-ondas (+46%) e ventiladores (+46,3%) foram as categorias de produtos que tiveram a maior alta de preços na primeira quinzena de novembro, com flutuações passando de 40%.

A categoria de freezers chama atenção por conta do constante aumento de preços no semestre. Segundo o estudo, em todos os meses, desde julho, os preços desse segmento cresceram acima de 25% por mês.

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Efeito pandemia ou Black Fraude?

A pandemia do coronavírus causou uma escassez de insumos para a maioria das indústrias. Por causa do aumento de mais de 30% no dólar, os componentes importados também ficaram mais caros. A combinação desses dois fatores causou um reajuste de preços em grande parte dos produtos vendidos no Brasil — desde material de construção até eletrônicos.

No entanto, o acompanhamento de preços do Ibevar revelou que grande parte dos reajustes foi feita justamente na primeira quinzena de novembro, na véspera da Black Friday. “O consumidor precisa ter muita atenção na compra dos produtos na Black Friday, verificando atentamente se de fato trata-se de uma promoção real, uma vez que os reajustes foram muito pronunciados principalmente na primeira quinzena de novembro”, observa o Ibevar, na pesquisa.

A melhor dica para comprar bem na Black Friday é utilizar as ferramentas de comparação de histórico de preços, para saber se aquele descontão é real ou se o preço foi inflado antes da Black Friday. Além disso, os consumidores que estão comprando nos últimos dias antes do evento oficial de vendas devem ter atenção redobrada, para não acabar comprando mais caro do que antes da Black Friday.

(Com informações do InfoMoney e Exame)

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