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Vamos varejar para um admirável mundo novo, de novo?

Por Ari Bruno Lorandi - 25 de Julho 2022

Por que o mundo que foi visto na Formóbile não é o mundo que se vê nas lojas de móveis? E nem falo nas startups porque nestas só se vê o prazo e o desconto. Por sinal, depois de uma grande reunião na sede da empresa em Curitiba com fabricantes de móveis, a MadeiraMadeira anunciou descontos de até 60% e cashback...

 

Mas, para responder à pergunta que fiz, é preciso considerar alguns fatores. Eu explico:

 

Não é de hoje que insistimos na falta de competência do varejo para atender clientes e, de fato, vender para o cliente. Pois agora sai uma pesquisa realizada pela SoluCX, que coletou mais de 32 mil opiniões dos consumidores de todo o País e avaliou 67 marcas do mercado de móveis, eletros e decoração. Dentre as marcas pesquisadas estão Magalu, Casas Bahia, Americanas, Ponto, Marabraz, Tok&Stok e Mobly (está no nosso portal). Qual foi a conclusão? As lojas de móveis, eletro e decoração tiveram como pontos fortes os canais de venda, as ofertas, o custo-benefício e a qualidade dos produtos. O atendimento e o suporte ao cliente são os principais pontos negativos na experiência. Quanto a oferta de qualidade, deve se referir a eletros, porque as lojas pesquisadas têm poucos móveis realmente de qualidade.

 

Deficiência no chão de loja. Este tem sido o fator mais relevante para que a tecnologia, os recursos de uso, novos materiais... vistos na feira de fornecedores não estejam nos móveis que estão nas lojas. O móvel não é caro, nunca foi caro. Meu caro lojista, se você mostrar para o seu cliente que o sofá de 5.600 reais, que vai estar em plenas condições de uso pelos próximos três anos, vai representar apenas 5 reais por dia de conforto e beleza em sua sala de estar, isso é preço de cafezinho no bar da esquina.

 

veja: Há muitos anos houve uma época de ouro que precisamos recuperar

 

Não é preço, é o que se compra, é o que se tem certeza de estar levando pra casa. E lugar de vender móveis e colchões é na loja física. Vou dar um exemplo que comprova que eu tenho razão. O maior vendedor de colchão do Brasil, título que recebeu do Anuário de Colchões Brasil por sua performance em vendas per capita, está em uma cidade com menos de 20 mil habitantes (Itaiópolis-SC) e alcança um mercado de não mais de 100 mil habitantes, formado na maioria por agricultores. Motivado pelo título que recebeu, Iris Gelbcke encomendou uma linha de colchão, desenvolvida com suas especificações e com sua assinatura. Os colchões foram precificados entre R$ 6.989 o King e R$ 3.289 o de solteiro. Com promoção e competência, cento e vinte dias depois havia vendido 111 peças.

 

Por isso convido a todos os lojistas de móveis e colchões: Vamos varejar. Aliás, o termo “varejar” atribuo a Emi Ohashi, gerente regional da Tok&Stok, que já treinou mais de mil pessoas e promoveu outras tantas nos seus 22 anos na empresa.

 

Cá entre nós: Eu insisto em instigar todos os elos da cadeia moveleira, mas principalmente os varejistas, e o que nos estimula é a disposição de fabricantes e fornecedores para aprimorar o setor, mudar o comportamento diante de situações mais difíceis e lutar para fazer com que lojistas que ainda resistem a inovações, entendam que não se trata de preço, muito menos de vender produtos baratos. Se trata de ter competência e capacitar sua equipe de chão de loja para alcançar resultados e lucros. 

 

Então, vamos varejar?

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