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Evite erros na gestão do estoque de lojas de móveis

Por Gabrielly Zem - 03 de Dezembro 2021
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Evite

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os anos de 2013 e 2017, mais empresas fecharam do que abriram no Brasil. De acordo com o Sebrae, 25% das empresas brasileiras fecham antes de completar dois anos no mercado.

Entre as principais razões de falências no país estão a má gestão empresarial e as falhas nos processos logísticos em instalações como galpões e centros de distribuição. Elas podem causar uma variedade de prejuízos financeiros, sejam eles de materiais ou de mão de obra, além de gerarem custos desnecessários e, muitas vezes, uma série de retrabalhos.

A má gestão do estoque em uma loja de móveis, por exemplo, pode acarretar dificuldades logísticas e prejuízos mais diretos, como a perda de vendas. E, por outro lado, realizar esse controle corretamente pode facilitar processos, aumentar o capital de giro e tornar a sua loja mais competitiva no mercado.

Confira algumas dicas de como melhorar a gestão do estoque da sua loja de móveis:

Promova integração entre setores

Em e-commerces, as áreas responsáveis pela compra e pela venda precisam estar muito próximas do setor de estoque nas operações diárias, no sentido de possuir uma comunicação efetiva e inteligente, na qual as reposições sejam frequentemente atualizadas, evitando atrasos. Desta forma, estoque, compras e vendas precisam ser integrados para que a empresa desenvolva agilidade nas diferentes etapas do varejo.

No caso da grande varejista Amazon, o sucesso na agilidade de suas entregas se deu após a abertura de Centros de Distribuição (CD) - armazéns destinados ao recebimento, manuseio, separação e expedição de produtos acabados ou matérias primas - em localizações estratégicas que permitem maior agilidade na distribuição de produtos e redução no custo de transportes.

Nesse sentido, o grande segredo da Amazon foi estabelecer de forma estratégica diversos pontos físicos de distribuição pelo mundo, de modo que as entregas fossem agilizadas, com maior qualidade e menores custos. Atualmente, estimasse que a empresa tenha mais de 200 centros de logística em operação espalhados pelo mundo todo equipados com o que há de mais moderno no mercado.

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Invista em informações e tecnologias

Todos os profissionais envolvidos na gestão de estoque devem ter acesso a informações detalhadas a respeito dos processos logísticos. Erros e falhas nesse controle podem causar problemas no processo de estocagem e em seu planejamento.

Sistemas de gestão financeira também são altamente recomendados, pois podem integrar a administração de estoque, otimizando processos, aumentando a produtividade, reduzindo falhas operacionais e produzindo relatórios completos nos quais seja possível identificar gargalos e estipular soluções.

Um bom exemplo de varejista de móveis que não deixa a desejar nesse aspecto é a MadeiraMadeira que para continuar se atualizando e oferecendo um melhor serviço começou a contratar desenvolvedores para construir suas próprias tecnologias de gestão. Foram mais de 50 milhões de reais investidos em equipe e tecnologia para que hoje 17 de seus atuais 25 softwares tenham sido desenvolvidos internamente. Atualmente a empresa utiliza suas próprias soluções digitais para gerenciar estoques, cadastrar produtos, fazer a logística de coleta no centro de distribuição e entrega, calcular o frete em diversas localidades, disparar e-mails marketing e até ajudar na gestão de recursos humanos e financeira da companhia.

Cuidado com produtos de baixa saída

Itens que não são vendidos e acabam ficando parados nos galpões logísticos representam um aumento no custo de armazenamento e, em alguns casos, até a possibilidade de perda em função da validade, quando há perecibilidade.

Antes de planejar o estoque, é importante saber quais produtos terão boa saída e quais não precisam ser repostos com tanta frequência. Defina modelos de reposição periódica e desenvolva promoções para aquelas mercadorias paradas, além de criar padronizações para os procedimentos.

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Nunca venda sem estoque

Um erro muito comum que escancara falhas na gestão de estoque em lojas de móveis é vender um produto sem se certificar sobre sua disponibilidade. Nesses casos, é preciso informar o cliente do problema, gerando um inconveniente que com certeza irá afetar a imagem da sua loja.

Muitas vezes, o banco de dados informa que existe o produto em estoque, mas, na hora da retirada, você e o seu cliente são pegos de surpresa. Uma falha como essa é outro motivo para adotar uma solução tecnológica eficiente de gerenciamento financeiro e de estoque e padronizar processos.

No caso da Magalu, por exemplo, com o alto volume de vendas que a varejista possui nos marketplaces, a empresa decidiu apostar em plataformas de integração (hub) pra unificar informações e aumentar a precisão da contagem de mercadorias. Ao contratar a ferramenta, o controle fica mais prático e rápido.

Agilize a entrega

Geralmente um fator decisivo para o cliente fechar ou não uma compra é o prazo de entrega. É importante reiterar que a partir do momento em que esse prazo é estipulado e informado, é firmado um compromisso com o cliente. E, em casos nos quais esse compromisso é quebrado, é provável que o consumidor cancele a compra, com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Além disso, a demora em estornar o valor pago pode gerar até um processo no Procon.

As grandes varejistas Amazon, Magazine Luiza, Mercado Livre e Americanas estão atualmente em uma disputa acirrada em relação ao tempo de entrega de seus produtos. Recentemente a Amazon anunciou a entrega em um dia útil em mais de 50 cidades brasileiras. Já o Magazine Luiza está oferecendo um prazo de uma hora para entregar produtos de até 10 quilos, que possam ser transportados por motos em 33 cidades de 15 estados. A Americanas passou a oferecer entregas de 30 minutos em cidades do Espírito Santo e Rio de Janeiro e o Mercado Livre, está oferecendo a opção FULL (entregas que chegam no mesmo dia caso a compra tenha sido feita até 11h) em alguns de seus produtos.

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Estoque parado é dinheiro parado

É comum que lojistas se atentem principalmente à missão de conquistar novos clientes, sem se dedicar tanto ao estoque. Por outro lado, há quem tenha receio da indisponibilidade de mercadorias e invista em excesso na compra de itens que podem estagnar. Apesar de demandar uma atenção especial por parte do empreendedor, a gestão de estoque pode se tornar um diferencial quando aplicada uma combinação de fatores para livrá-la de sobrecargas ou erros operacionais.

Para diminuir o excesso de estoque, é recomendado também fazer parcerias com outras organizações e promoções com preços mais baixos ou até com entrega no mesmo dia – esse fator, inclusive, pode ser fundamental para reduzir os produtos armazenados em um curto período de tempo e pode ser adotado por grandes e médias empresas, principalmente perto de grandes centros urbanos.

Além disso, é possível optar ainda por modelos de estoque compartilhado (para empresas que possuem uma loja física), estoque terceirizado (cross docking e shipping), estoque descentralizado (com mais de um centro de distribuição) ou até de estoque consignado (acordo entre lojista e fornecedor).

O empreendedor atualmente deve se preocupar com todas as áreas da estruturação da sua loja: desde definir a função essencial da sua organização, passando pela escolha em comprar, construir ou alugar um galpão de operações logísticas ou um centro de distribuição, até tornar essa instalação um organismo automatizado e altamente produtivo, que seja refletido na saúde financeira da empresa. Para isso, porém, o estoque não pode ficar em segundo plano e deve ser tratado como prioridade.

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