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Indústria de móveis tem índices melhores que antes da pandemia

Por Edson Rodrigues - 22 de Setembro 2020
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Quem ouviu, como nós ouvimos, as preocupações e até – em alguns casos – o desespero dos empresários moveleiros do final de março até maio, principalmente, se surpreende com o entusiasmo destes mesmos moveleiros agora. É claro que muita coisa mudou desde então, especialmente a disposição dos consumidores em mudar de forma significativa o seu habitat até então relegado a um segundo, ou quem sabe, um terceiro plano.

Vivemos diversas fases distintas deste o início do isolamento social, mas os industriais começaram a perceber que havia luz no fim do túnel a partir de meados de maio com a sinalização de que o comércio de móveis na internet havia aumentando em números jamais vistos no e-commerce brasileiro. Porém, como a imensa maioria das indústrias de móveis estão localizadas em cidades do interior, onde o receio do coronavírus impôs normas mais rígidas de segurança, houve paralisação durante muito tempo e a retomada ocorreu de maneira gradativa, o que levou a produção a níveis mínimos, como se viu em abril e maio com quedas de 58% e 37%, respectivamente.

A retomada com escassez de matérias-primas não permitiu o reabastecimento normal do varejo, mas o mercado sinalizou que estava pronto para retomar em níveis pré-pandemia, ou até maior.

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E o entusiasmo dos fabricantes ficou mais evidenciado na pesquisa mensal da Confederação Nacional da Indústria (CNI) do mês de setembro. A expectativa de demanda, que em abril chegou ao nível de 19,1 pontos para a escala de 100, subiu agora para 66,1 pontos; a expectativa de exportação, que em maio estava em 22,6 pontos, agora está em 60,9 pontos; a expectativa de investimentos que recuou aos 22,0 pontos em maio subiu agora para 51,7 pontos.

Mas, chama mais atenção ainda o uso da capacidade instalada da indústria de móveis que caiu ao menor da história em abril (33%) e em agosto saltou para 77%. É importante considerar que desde janeiro de 2012, quando a pesquisa começou a ser feita, jamais o nível havia sido tão alto.

Veja abaixo o quadro completo sobre a sondagem das indústrias de móveis com o comparativo das indústrias de transformação:

SONDAGEM CNI - INDÚSTRIA DE MÓVEIS
EXPECTATIVA - INVESTIMENTOS
  jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20
Ind. Transformação 59,1 58,6 58,2 36,4 36,2 40,9 46,5 50,8 55,1
Móveis 58,1 56,7 51,4 25,4 22,0 29,1 42,7 46,3 51,7
EXPECTATIVA - EMPREGADOS
Ind. Transformação 54,0 53,8 52,8 34,9 37,7 45,2 50,4 53,5 54,8
Móveis 54,1 58,0 50,7 22,4 28,4 42,4 57,3 56,0 57,9
EXPECTATIVA - EXPORTAÇÃO
Ind. Transformação 55,3 54,6 53,5 33,4 32,8 45,7 50,9 52,5 55,4
Móveis 61,5 59,8 57,4 23,8 22,6 50,0 61,8 57,1 60,9
EXPECTATIVA - DEMANDA
Ind. Transformação 61,0 60,8 58,8 31,5 34,6 48,6 56,5 61,6 63,4
Móveis 60,5 60,6 56,1 19,1 25,4 46,8 64,0 64,3 66,1
EXPECTATIVA - ESTOQUE (evolução)  
Ind. Transformação 48,4 49,8 49,9 48,1 46,0 44,8 45,4 46,4  
Móveis 49,5 51,2 51,8 47,6 36,3 33,7 39,9 52,2  
UCI (Aefetiva-usual)  
Ind. Transformação 45,1 44,6 30,5 23,2 29,1 36,7 43,8 47,7  
Móveis 47,9 42,5 15,8 8,6 20,9 40,0 50,0 56,5  
USO DA CAPACIDADE INSTALADA (%)  
Ind. Transformação 67 68 57 48 54 61 67 71  
Móveis 68 68 47 33 47 61 71 77  
EMPREGADOS  
Ind. Transformação 49,8 50,3 44,4 37,9 41,7 46,7 50,8 53,8  
Móveis 49,3 49,3 38,8 22,8 34,2 46,7 54,3 61,0  
PRODUÇÃO  
Ind. Transformação 50,1 47,6 32,7 25,2 42,8 52,6 59,4 59,0  
Móveis 47,3 42,9 14,2 9,7 40,2 55,7 62,3 65,1  

 

 

 

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