IMG-LOGO

Mais de 80% da compra de artigos para casa vem das lojas físicas

Revisado Natalia Concentino - 02 de Outubro 2023
loja_de_moveis.png
Imagem: Freepik

Na hora de fazer compras para a casa, há quem não abra mão de ir à loja, pegar o produto nas mãos e experimentá-lo. Seja para decorar um ambiente, trocar as roupas de cama ou adquirir utensílios domésticos, provar e experienciar é essencial. Prova disso é que, segundo a pesquisa “Estudo Mercado: Produção e Consumo de Artigos para Casa no Brasil”, da ABCasa em parceria com a Inteligência e Mercado, no ano passado foram gastos R$109,3 bilhões no consumo de artigos para casa, sendo mais de 80% desse valor nas lojas físicas

 

A pesquisa mostrou ainda que, ao todo, considerando ambientes físicos e digitais, o consumo per capita por ano com produtos desse tipo é R$509, considerando que o Brasil possui 214 milhões de habitantes. Já o consumo médio por domicílio chega a R$1482. Para suprir essa demanda, existem mais de 135 mil lojas especializadas espalhadas pelo país, além de outras 103,7 mil lojas não especializadas. No varejo físico, são mais de 230 mil pontos de venda disponíveis.

 

Para a consultora de negócios e especialista em Casa e Decoração Luciana Locchi, o grande diferencial do varejo físico é o atendimento especializado. “Funcionários prestativos e bem treinados podem fornecer informações e assistência quando necessário. O ambiente digital pode gerar dúvidas diversas [quanto ao tamanho do produto, tonalidade das cores, por exemplo] e no ambiente físico, a partir de um atendimento feito por uma pessoa conhecedora dos produtos que a marca oferta, essas questões podem ser solucionadas. O atendimento é a melhor conversão de vendas da loja.”  

 

Ela explica que uma boa experiência de compra pode levar, inclusive, à fidelização do cliente. Por sua vez, ele pode recomendar a loja para outras pessoas, o que acarretará no aumento das vendas e da reputação do estabelecimento. Luciana comenta também algumas estratégias que os lojistas podem usar para que os funcionários estejam sempre prontos para cativar a clientela. “Treine a equipe para destacar os benefícios dos produtos. Saiba argumentar sobre como o produto gera valor para o cliente e ajude-o a ter a visão de como ele fica no ambiente da casa. Dá para realizar demonstrações ao vivo ou workshops, por exemplo. Isso gera conexão, conhecimento e interação com a loja”, indica a especialista. 

 

Uma loja atrativa é imersiva e capaz de contar uma história

 

Luciana Locchi, consultora de negócios e especialista em Casa e Decoração

Apesar de o atendimento ser uma parte importante do processo de venda de um produto, ele sozinho não consegue conquistar a clientela. Luciana Locchi destaca a importância de manter um ambiente agradável para se estar. “É preciso criar uma loja onde a pessoa tenha vontade de circular e que em cada espaço ela possa se encantar e desejar ver mais. Uma loja limpa, organizada e bem iluminada cria um ambiente convidativo. A loja pode estimular os sentidos dos clientes com música agradável, fragrâncias sutis e elementos visuais atraentes, além de oferecer ampla gama de produtos para atender às diversas necessidades da clientela. É interessante apostar nos elementos visuais, vitrines atrativas e iluminação adequada utilizando técnicas de visual merchandising, pouco explorado no setor.” 

 

“A experiência positiva de compra pode diferenciar uma loja física da concorrência online, atraindo clientes que valorizam a experiência presencial. Eu vejo a experiência digital como uma forma de comunicação da marca com o cliente em que a loja está gerando a conveniência de compra. Acredito muito que o digital vem para ser mais uma forma de estar com o cliente, mesmo não sendo fisicamente”, opina a especialista Luciana. 

 

leia: MUMA vence a etapa brasileira do Prêmio Gia

 

Cresce o consumo dentro do setor de Casa e Decoração

 

Ainda segundo a pesquisa da ABCasa, o consumo de artigos para casa no varejo cresceu 5,3% em 2022 em relação ao ano anterior. Para Luciana Locchi, esse crescimento aconteceu ainda por conta da pandemia do coronavírus. “Todos se viram dentro de suas casas, um lugar seguro, de abrigo, aconchego e segurança. Então, deixá-la mais confortável, bonita e agradável foi o que impulsionou o crescimento”, explica.

 

Porém, segundo ela, isso não é tudo e é preciso analisar outros setores relacionados à casa e decoração, como o de imóveis, construção e comportamento, principalmente pensando nas novas gerações. “A indústria de Casa e Decoração tem a capacidade de se adaptar às mudanças de acordo com as preferências e necessidades dos consumidores, o que a torna resiliente e em constante evolução. À medida que as tendências de estilo de vida, tecnologia e design se transformam, novas oportunidades surgem para as empresas inovarem em produtos e serviços relacionados à casa. Pode mudar o produto ou a forma de consumir, mas a casa sempre estará em destaque para nós”, explica. 

 

“O lar desempenha um papel fundamental na vida das pessoas e seu significado vai além de ser apenas um local para morar. É um espaço onde as pessoas criam memórias, expressam sua identidade, buscam conforto e segurança, então, muitas vezes, decoram os ambientes para refletir gostos pessoais e estilo de vida. Portanto, a indústria de Casa e Decoração continuará desempenhando um papel importante ao atender às necessidades e desejos dos consumidores. Isso faz com que esse setor seja sempre relevante e dinâmico”, finaliza a especialista.

 

Comentários