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Mobly despenca 45% na bolsa desde a IPO no dia 5 de fevereiro

Por Natalia Concentino - 23 de Julho 2021
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A startup Mobly, fundada em 2011, empresa de home & living, comandada desde a criação pelos fundadores, Victor Noda, Marcelo Marques e Mário Fernandes, viu suas ações desabarem 45% em pouco mais de 5 meses, confirmando nossa previsão, considerando o superdimensionamento do varejo home & living em mais de R$ 90 bilhões. O fato é que o mercado de móveis está na casa de R$ 75 milhões, portanto, 16% menor do que o anunciado no prospecto preliminar da companhia.

A Mobly reportou prejuízo de R$ 25,4 milhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 135% no intervalo de um ano, quando o saldo negativo havia sido de R$ 10,8 milhões, conforme dados divulgados pela companhia no balanço corporativo. Mesmo assim, após a divulgação do resultado do primeiro trimestre de 2021, o Goldman Sachs colocou um preço-alvo de R$ 28 para a Mobly.

No dia de abertura do capital as ações precificadas a R$ 21 chegaram a bater nos R$ 28 e fecharam a R$ 26,40. Mas desde então vem caindo e ontem, 22, fecharam a R$ 14,54, com perda de quase metade do valor de fevereiro.

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A leitura que a Mobly faz do setor é de que “Existem cerca de 20 mil fabricantes de móveis no país, a maioria de pequeno ou médio porte. Pela nossa quantidade de itens vendidos, temos um bom poder de barganha para garantir uma boa margem. Outro ponto é que o poder de marca nos móveis costuma ficar com a varejista, diferente das grifes vistas na moda ou nos eletrônicos. Investimos em móveis com marca própria, que apresentam margem cerca de 5% maior”.

Sobre isso, no dia 25 de janeiro, portanto alguns dias antes do IPO, comentamos que “startups são negócios, tocados à custa de aportes de recursos que visam retorno deste investimento via abertura do capital. Normalmente alavancados, são agressivos em preços porque importa mais aumentar as vendas do que gerar lucro, pelo menos até atingir o ponto ideal para uma IPO e pagar os investidores. Depois precisam garantir retorno aos acionistas e a pressão por menores preços dos fornecedores vai continuar, isto é a relação vai continuar desequilibrada”.

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Ari Bruno Lorandi

Jornalista profissional com mais de 40 anos de atividades. Atua em estratégias de comunicação e marketing no setor moveleiro há 30 anos. É Diretor de marketing do Intelligence Group do Brasil, empresa de comunicação e marketing com sede em Curitiba. A empresa publica a revista Móveis de Valor, Móveis de Valor Norte & Nordeste, Anuário de Colchões Brasil e criou a primeira TV do setor moveleiro no mundo em atividade desde 2008.