IMG-LOGO

Tarifa dos EUA ameaça exportações de móveis e Abimóvel reage

freepik__a-bustling-chinese-port-in-shanghai-on-a-foggy-mor__43874.jpeg
Imagem: Freepik

A Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) participou, na manhã desta terça-feira (15), em Brasília, da primeira reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais. Convocado pela Presidência da República e liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o encontro teve como foco os impactos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros — medida que entra em vigor já em 1º de agosto.

 

O presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz, representou a entidade no encontro, que reuniu também ministros da Fazenda, Planejamento, Relações Exteriores, Casa Civil e Portos e Aeroportos. A criação do comitê foi oficializada por decreto presidencial nesta segunda-feira (14), com a missão de discutir estratégias e regulamentar a recém-aprovada Lei da Reciprocidade Econômica (Lei nº 15.122/25).

 

Durante a reunião, representantes da indústria solicitaram que o governo brasileiro negocie com os Estados Unidos o adiamento da tarifa por ao menos 90 dias, garantindo tempo de adequação para os setores atingidos. Também defenderam a busca por soluções técnicas e diplomáticas, evitando retaliações precipitadas, e sugeriram reforço no diálogo com empresas e entidades norte-americanas integradas às cadeias produtivas nacionais.

 

No caso do setor moveleiro, os efeitos da medida são particularmente graves. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de móveis e colchões, com 27,6% do volume embarcado em 2024. Em comunicado oficial, a ABIMÓVEL destacou que a elevação da tarifa de importação de 10% para 50%, de forma unilateral e repentina, compromete contratos em vigor, desorganiza cadeias produtivas e ameaça empregos e investimentos no Brasil.

 

leia: Entidades do setor se manifestam sobre o tarifaço de Trump

 

“A elevação expressiva e inesperada da tarifa impacta diretamente a competitividade da indústria brasileira no mercado norte-americano e coloca em risco relações comerciais já estabelecidas”, destacou a entidade.

 

A Abimóvel reforçou sua disposição em colaborar com o governo e autoridades internacionais por meio do fornecimento de dados técnicos e inteligência setorial, contribuindo com soluções diplomáticas que preservem o equilíbrio comercial e a sustentabilidade das relações bilaterais.

Ainda nesta semana, o comitê deve se reunir com outros setores industriais e representantes do agronegócio. Segundo Alckmin, a medida adotada pelos EUA é desproporcional, especialmente considerando que o país exporta para o Brasil três vezes mais do que importa. O comitê prevê dois ritos de resposta — um ordinário, via Camex, e outro expresso, acionado em situações excepcionais como a atual.

 

Comentários