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Tarifaço faz exportações despencarem em agosto

Revisado Natalia Concentino - 09 de Setembro 2025
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Os efeitos do tarifaço iniciado na primeira semana de agosto tiveram reflexos mais acentuados nas exportações de móveis no mês de agosto, cujo resultado foi 21,8% menor em relação a julho e 24,1% abaixo de agosto do ano passado. No acumulado janeiro-agosto, o recuo foi de 5,5% sobre igual período de 2024. Os dados são da Comex Stat/MDIC. 

 

O polo moveleiro de São Bento do Sul (SC) embarcou US$ 2,3 milhões em agosto desse ano, registrando retração de 42,8% no comparativo com agosto do ano passado – o pior resultado em dez anos – e 77,6% inferior ao pico obtido nesse período, em 2022, com US$ 10,3 milhões. Rio Negro (PR) aparece com o segundo pior resultado entre os dez maiores polos exportadores para o mercado norte-americano, com queda de 24% (US$ 891 mil).

 

O levantamento mostrou que o mês de agosto totalizou US$ 15,191 milhões, sendo o segundo pior resultado para o mês em uma década, sendo superado apenas pelos embarques de 2016, com US$ 13,571 milhões. No acumulado de oito meses, o volume exportado bateu em US$ 150,2 milhões ante US$ 159,0 milhões sobre mesmo intervalo do ano passado, encolhimento de 73% sobre 2016.

 

Principal polo exportador brasileiro para os EUA, com volume de US$ 7,5 milhões, Santa Catarina obteve em agosto desse ano queda de 16,1% sobre agosto do ano passado. No entanto, na soma dos oito primeiros meses, embarcou US$ 77,1 milhões, desempenho 2,5% superior a igual intervalo do ano passado, mantendo-se na liderança das vendas. Na segunda posição aparece São Paulo, com US$ 4,0 milhões, recuou 35,7% em relação a igual mês de 2024 – Rio Grande do Sul e Paraná mantiveram praticamente os mesmos níveis no mês de agosto entre um ano e outro.

 

leia: Qual é o custo da falta de representação política ao setor?

 

Exportações totais do Brasil

 

Em oito meses, o Brasil exportou US$ 594,9 milhões, resultado 5,7% acima de janeiro-agosto de 2024. Santa Catarina manteve a primeira posição nas exportações totais, com US$ 182,2 milhões na soma de oito meses, alta de 8,3% no comparativo com igual período do ano passado. O Rio Grande do Sul, na segunda posição, com US$ 167,5 milhões, permaneceu sem alteração no mesmo comparativo, enquanto São Paulo e Paraná cresceram 8%, cada.

 

Em agosto, o Brasil embarcou US$, 73,4 milhões, o que corresponde a 1,1% a mais sobre agosto do ano passado e -12% em relação a julho desse ano. O polo gaúcho foi o que mais vendeu móveis no mercado externo em agosto, com US$ 24,8 milhões, que corresponde a 5,0% a mais sobre agosto de 2024. Santa Catarina exportou US$ 17,3 milhões, resultado 11,8% menor igual mês de 2024.

 

Nas importações houve um pequeno salto de 8,5% nos volumes embarcados. Foram US$ 617,3 milhões em oito meses desse ano, ante US$ 569,4 milhões em 2024, resultado que gerou um déficit na balança comercial de US$ 22,3 milhões em 2025 e de pouco mais de US$ 200 milhões na soma de uma década. A China dominou as compras em oito meses com US$ 273,7 milhões (44,3% do total), volume 5% a mais que nos primeiros meses de 2024.

 

*Por Guilherme Arruda, jornalista convidado

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