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Via Varejo termina 2021 com prejuízo de R$ 297 milhões

Revisado Natalia Concentino - 11 de Março 2022
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A Via também detalhou quais estratégias têm adotado para evitar outra bola de neve com processos de ex-funcionários no futuro

Em meio ao mau momento das varejistas na bolsa, o balanço da Via chama a atenção dos investidores na quarta-feira (9). A pergunta que não quer calar para os acionistas e o mercado é: os números justificam a queda de mais de 68% no último ano?

 

À primeira vista, a resposta parece ser "sim". A dona das Casas Bahia e do Ponto Frio registrou prejuízo líquido de R$ 297 milhões em 2021, contra lucro de R$ 1 bilhão acumulado no ano anterior. No quarto trimestre, o resultado financeiro foi positivo, com R$ 29 milhões, mas recuou 91,4% em relação ao mesmo período de 2020.

 

O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, da sigla em inglês) ajustado cresceu 17,6% entre outubro e dezembro, para R$ 641 milhões, porém também anotou queda de 53,1% na base anual de comparação.

 

Vale lembrar que a base de comparação foi afetada pelos primeiros meses da pandemia de covid-19. Mas, ao contrário do que ocorreu com muitas empresas, no caso da companhia o efeito foi positivo. As medidas de distanciamento social impulsionaram o e-commerce e o lucro das varejistas online.

 

As vendas brutas pela internet, aliás, não estão por trás do mau desempenho da empresa, pois cresceram 38,9% no ano, para R$ 26,4 bilhões. A cifra representa 59% do Volume Bruto de Mercadorias (GMV, na sigla em inglês) da Via em 2021. Já o GMV das lojas físicas caiu 2,3% no período, para R$ 21,4 bilhões.

 

LEIA: Como manter os resultados do e-commerce pós-pandemia?

 

JP Morgan corta preço-alvo da Via 

 

Antes mesmo da divulgação dos números, o JP Morgan jogou um balde de água fria na Via com a retirada de seu preço-alvo para a varejista e a manutenção da recomendação neutra para os papéis.

 

"Apesar de o e-commerce continuar crescendo, embora com menos intensidade, o ambiente desfavorável provavelmente vai afetar as lojas físicas, particularmente as com tíquete médio mais alto, como as da Via e do Magazine Luiza", escrevem os analistas.

 

O banco americano atualizou as previsões e agora espera que a companhia dê prejuízo em 2022, considerando a Selic mais alta e as provisões para os inúmeros processos trabalhistas, conforme revelado no balanço do terceiro trimestre.

 

Os gastos com despesas trabalhistas totalizaram R$ 195 milhões no quarto trimestre e ficaram "dentro do intervalo esperado", segundo a empresa. A Via também detalhou quais estratégias têm adotado para evitar outra bola de neve com processos de ex-funcionários no futuro:

 

  • Eliminação dos riscos da operação, como a troca de folha, digitalização da documentação e novos sistemas de controle de remuneração;
  • Melhoria na condução da defesa dos novos processos, com foco e especialização do advogados e troca dos escritórios de defesa;
  • Estratégia de defesa em qualquer fase do processo;
  • Saneamento do estoque em andamento e liquidação, com deságio, de algumas ações mais antigas e mais alto custo com custo (cerca de R$ 200 milhões).

 

(Com informações Seu Dinheiro)

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