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Westwing muda o foco e mercado reage e derruba preço das ações

Por Natalia Concentino - 01 de Outubro 2021
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Westwing, um e-commerce de produtos para casa e decoração, assinou nesta terça-feira, 28, um memorando de entendimento para a compra de 100% do capital social da Zarpo, agência de viagens online. A empresa trabalha com em parceria com hotéis, resorts, pousadas e companhias aéreas. O valor da operação não foi divulgado.

CEO da Westwing, Andrés Mutscheler, disse ao Estadão/Broadcast que a compra vai de encontro ao plano da companhia de crescer na categoria de estilo de vida, que já representa mais de 13% da receita do clube de compras da empresa, segmento em que o cliente se inscreve para receber campanhas relâmpago de descontos.

Mutscheler lembra que a Westwing tem cerca de 9 milhões de clientes cadastrados, enquanto a Zarpo traz outros 6 milhões de clientes, o que aumenta o tráfego na plataforma. "A Zarpo também trabalha com um modelo no qual o cliente precisa se cadastrar para receber as ofertas", diz o executivo em relação às semelhanças que aproximaram os negócios.

Ele explica ainda que a venda de viagens exigiria uma série de adaptações na plataforma da companhia. Por isso, a compra faz mais sentido do que uma simples parceria para que a Zarpo se tornasse uma lojista virtual Westwing.

Ainda segundo a empresa, a Zarpo trabalha através de um modelo baseado em três pilares principais: curadoria, preços atrativos e excelência em nível de serviço.

A precificação final e o fechamento da transação estão sujeitos à auditoria legal e financeira a ser feita pela companhia, no prazo estimado de 75 dias, que poderá ser prorrogado caso as partes julguem necessário. Adicionalmente, a conclusão da transação está sujeita às aprovações pelas instâncias devidas e à assinatura dos documentos definitivos.

"A aquisição da Zarpo é mais um passo importante na nossa estratégia de expansão em categorias de lifestyle com grande aderência à nossa missão: inspirar cada pessoa a descobrir mais beleza no seu viver", afirma a companhia, em fato relevante.

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Para o CEO do Intelligence Group, Ari Bruno Lorandi, a mudança de foco da Westwing “pode ser um tiro pela culatra”, porque se estabelecer foco a partir do que se considera lifestyle pode significar dezenas de atividades diferentes e poucos conseguem ser competentes e competitivos em tudo.

E a maior demonstração de que a decisão da Westwings é questionável aconteceu na Bolsa de Valores no dia seguinte ao anúncio da compra da Zarpo. As ações abriram a R$ 5,60 e no dia 30 recuaram para a mínima histórica da empresa, a R$ 4,40, uma queda em dois dias de 21%.

No início deste ano, a Westwing estreou na B3 e o seu IPO movimentou R$ 1,16 bilhão. Porém, desde a abertura de capital, as ações da companhia caíram mais de 62%.

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