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Westwing prepara três lojas no Rio e não confirma busca de sócio

Por Natalia Concentino - 16 de Agosto 2021
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Seis meses após estrear na Bolsa movimentando R$ 1,1 bilhão, a Westwing vai finalmente dar largada em seu plano de expansão de lojas físicas. O site de móveis e decoração pretende abrir 15 unidades até o fim de 2022, em estratégia que deve começar pelo Rio. Hoje, a companhia tem apenas uma loja, em São Paulo, na Vila Madalena.

A companhia prevê duas unidades no Rio até novembro e mais uma no início do ano que vem. As lojas ficarão na Zona Sul e na Barra da Tijuca, mas a empresa ainda faz mistério sobre os endereços. A ideia é ter pontos tanto em shopping como de rua.

Em julho, a Westwing já tinha aberto um “hub” logístico — isto é, um pequeno centro de distribuição — em Duque de Caxias (RJ), com o objetivo de acelerar a chamada “última milha” das entregas no Rio. Até então, a empresa só tinha “hub” em São Paulo, além de um centro de distribuição tradicional em Jundiaí.  

Tendência de lojas físicas

A ideia é reduzir os prazos de entrega combinando “hub” e lojas físicas. Segundo o CEO Andres Mutschler, o cliente carioca recebe hoje em cerca de cinco dias quando compra no Westwing Now, loja virtual em modelo tradicional da empresa.

“Com o ‘hub’ conseguiremos em um futuro próximo entregar no dia seguinte. Com as lojas físicas na cidade, as unidades poderão servir como ponto avançado de logística, encurtando ainda mais a entrega em algumas regiões” explicou Mutschler à coluna Capital, do jornal O Globo. “O Rio é o segundo maior estado em termos de vendas na Westwing. Mas vemos um enorme potencial para tornarmos nossa marca mais conhecida nesse mercado”.

O varejo físico tem sido explorado por outros e-commerces de móveis e decoração, como Mobly e MadeiraMadeira. A estratégia é usar as unidades para elevar a percepção sobre as marcas, entregar experiência ao cliente e usá-las como estoques avançados para a logística do site.

“Abriremos lojas com até 500 metros quadrados. Conseguiremos entregar uma experiência aspiracional para o cliente sem sermos uma megaloja, cujo modelo é ineficiente. Com essas dimensões, podemos oferecer experiência junto à prateleira infinita do on-line, com os clientes podendo fazer seus pedidos de dentro da própria loja” acrescenta o executivo.

Ao todo, a Westwing planeja abrir cinco lojas este ano, chegando também a Brasília e ampliando a presença no estado de São Paulo.

leia: ABILIO DINIZ DEFENDE A NECESSIDADE DAS LOJAS FÍSICAS

Vendas em alta, ações em baixa

A Westwing Brasil surgiu em 2011 como subsidiária de uma multinacional alemã. Em 2018, em operação intermediada pela gestora carioca Axxon Group, a filial ganhou independência do grupo europeu e começou a atuar por conta própria. O IPO aconteceria três anos depois, com o plano de acelerar o crescimento. Do R$ 1,1 bilhão levantado, porém, apenas R$ 430 milhões entraram no caixa da companhia, com o restante indo para o bolso dos sócios, que reduziram sua participação no negócio.    

No último dia 13, a companhia informou que suas vendas totais (GMV) somaram R$ 115,8 milhões no segundo trimestre, 14,1% acima do mesmo período do ano passado. Isso apesar de as vendas online de móveis terem despencado 53% em junho na comparação anual, com a redução das restrições relacionadas à pandemia, esfriando o apetite pelo e-commerce. (Essa foi uma das razões pelas quais as vendas da rival Mobly ficaram estacionadas no trimestre, desagradando investidores).

“Nosso desempenho no trimestre mostra que ganhamos participação de mercado, já que crescemos mesmo quando as vendas do segmento encolheram” observou Mutschler. 

Mesmo assim, os investidores vêm castigando as ações da Westwing: desde o IPO, os papéis perderam um terço do valor. As da Mobly encolheram 41% desde a abertura de capital, também em fevereiro.

“Está havendo uma desvalorização generalizada entre ações de tecnologia e small caps. Houve aumento das taxas de juros de longo prazo, tanto no Brasil como nos EUA, e negócios baseados em crescimento acelerado sofrem. Mas nem estamos entre os que mais caíram…” ponderou o CEO.

Segundo publicou o Valor Econômico esta semana, a queda das ações teria levado os principais acionistas da Westwing a buscarem um sócio estratégico. De acordo com o jornal, Renner (dona da Camicado) e Riachuelo teriam sido sondadas.

(Com informações do jornal O Globo)

leia: AÇÕES DA WESTWING NÃO VÃO BEM E PERDEM 27% DE VALOR DESDE IPO

Atualização da redação

Com relação a matéria divulgada pelo Valor no dia 10, intitulada “Westwing busca sócio para seu negócio”, a Companhia informa que sempre monitora, “no curso normal de seus negócios, por meio de seus assessores financeiros, potenciais oportunidades no mercado que possam gerar valor para a Companhia e para seus acionistas, inclusive por meio de operações societárias. Não obstante, a Companhia informa que não possui qualquer acordo concreto para a realização de operações societárias envolvendo a Companhia”.

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