Tarifaço dos EUA paralisa exportação moveleira da Serra Gaúcha
A adoção repentina de uma nova tarifa de importação pelos Estados Unidos jogou uma bomba no setor moveleiro da Serra Gaúcha. Empresas de Bento Gonçalves e Garibaldi interromperam suas exportações, mergulhando o setor em um cenário de incerteza, apreensão e paralisia.
Em uma das principais fábricas de Bento, 40% das exportações tinham como destino os EUA. Agora, os galpões estão cheios de móveis prontos, mas sem rumo. “Temos encomendas em mar que já foram atingidas pela tarifa. Projetos inteiros estão congelados. O custo é elevado e, neste momento, estamos sem direção”, lamenta Matheus Scotton, empresário do setor.
O efeito dominó já começou. Euclides Longhi, que exporta para Porto Rico, relata o impacto imediato: “Nosso cliente mandou suspender todos os contêineres. Negociações pararam de uma hora para outra. Isso vai respingar em todo o setor, travar exportações, secar o caixa das empresas e gerar um efeito cascata devastador.”
Segundo o Sindmóveis, os Estados Unidos representam quase 17% das exportações do polo moveleiro desde o início do ano, o equivalente a US$ 4,5 milhões em faturamento. Com a tarifa, esse número pode despencar – e junto com ele, empregos e renda de centenas de trabalhadores da região.
“Os EUA são hoje o maior mercado internacional para os móveis da Serra. Essa medida coloca em xeque toda uma cadeia produtiva. Estamos falando de empregos diretos e indiretos, de impacto social e econômico significativo para a região”, alerta Cleberton Ferri, diretor internacional do Sindmóveis.
A corrida agora é por alternativas. Mas o cenário é desafiador: “Com os EUA se fechando, o mundo inteiro está buscando novos mercados. E essa colisão de interesses internacionais tende a tornar tudo ainda mais difícil”, completa Scotton.
O setor moveleiro da Serra, reconhecido por sua qualidade e tradição, enfrenta um dos momentos mais críticos da última década. A esperança, agora, é por articulação política e soluções rápidas que evitem uma desaceleração ainda mais profunda na economia local.
Com informações G1 Rio Grande do Sul




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