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Vidro para móveis sobe de novo e aumento acumulado bate 50%

Por Natalia Concentino - 24 de Fevereiro 2021
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O setor moveleiro com certeza não é o maior mercado para o vidro plano no Brasil ou no mundo. O tamanho do mercado global de vidro plano, avaliado em US$ 116 bilhões em 2019, não se alterou significativamente em 2020, pelo menos até o segundo semestre, quando os preços subiram de maneira vertical. Para se ter ideia, a previsão é de que em 2022 o mercado mundial alcance US$ 142 bilhões, amento de 22%, mas pode ser ainda maior, se os preços não se estabilizarem.

A construção civil continua sendo considerada atividade principal para o vidro, mas outras indústrias que utilizam o material, como a automotiva, de refrigeração e de linha branca, ainda estão à frente do setor moveleiro no uso do vidro.

Mas, independentemente disso, o fato é que a disparada de preços do vidro no Brasil inibe, não só eventuais novos produtos que levem este material, mas até estimula a redução do uso em componentes tradicionais como tampos de mesa, portas e prateleiras de móveis.

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No começo de 2020, o presidente da Abravidros, José Domingos Seixas, reclamava que “no ano em que o 10º forno de float iniciou suas operações no Brasil, voltamos ao patamar de 2011, quando eram seis os fornos ativos no País, com capacidade nominal diária de 4.500 toneladas. Hoje são 7.530 toneladas”. E acrescentava: “Com tantos resultados negativos, e em meio aos impactos da pandemia de coronavírus, é inevitável uma grande preocupação com o que nos espera neste ano de 2020”. Mas, ao contrário do que imaginava a Associação Brasileira de Distribuidores de Vidros Planos, a pandemia rendeu bons resultados, com o aumento do consumo. Contribuiu também a escassez motivada pela paralisação das atividades das usinas de vidro, claro. Com isso, os vidros utilizados na indústria moveleira tiveram reajustes de preço médio em torno de 32% no segundo semestre de 2020. E agora, adiciona-se mais 15% sobre o preço anterior, elevando o preço em 51% em menos de 8 meses.

Mas o reajuste de 15% previsto para entrar em vigor ainda em fevereiro, não significa o fim da escalada de preços do vidro. Basta uma expansão importante do setor imobiliário e os preços devem continuar subindo ao longo de 2021.

Por Ari Bruno Lorandi

Diretor da Móveis de Valor

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