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A Crise da Mão de Obra no Setor Moveleiro É Culpa de Quem?

Por Natalia Concentino - 11 de Setembro 2025

O Cá Entre Nós dessa semana traz à discussão mais um assunto polêmico e preocupante no setor moveleiro, a falta de mão de obra nas empresas. Em sua reflexão sobre o assunto, Ari Bruno Lorandi fala sobre as justificativas dadas pelos empresários e sobre o que, realmente, pode estar interferindo na disponibilidade de trabalhadores qualificados. 

 

“Geralmente surgem duas justificativas prontas: a primeira, de que programas sociais como o Bolsa Família tiram o interesse das pessoas em trabalhar. A segunda, de que a geração mais nova — especialmente a geração Z — prefere o mundo digital, redes sociais e a ilusão de ser influenciador, em vez de buscar uma profissão”, observa Lorandi.

 

O que raramente se discute é o quanto as próprias indústrias têm deixado de tornar o ambiente de trabalho atraente. Hoje, o que as empresas oferecem além do básico, do que já é obrigatório por lei? Plano de saúde, vale alimentação, transporte... isso é obrigação. Mas onde estão os diferenciais que fazem uma pessoa querer ficar? Onde está o cuidado, o reconhecimento, a valorização do ser humano?

 

No passado, muita gente passava a vida inteira numa mesma empresa. Não era apenas por estabilidade — era porque encontrava ali respeito, atenção, ambiente agradável e a sensação de fazer parte de algo maior. Esse vínculo foi se perdendo. E, infelizmente, em muitos casos, foi substituído por ambientes insalubres, calor sufocante sem sequer um exaustor eólico para aliviar, salários desatualizados, metas desumanas e total ausência de perspectiva de crescimento.

 

Aí justificamos o investimento em tecnologia dizendo que falta mão de obra. Mas será que a culpa é só do trabalhador? Será que não estamos empurrando as pessoas para fora das fábricas porque não oferecemos um lugar minimamente digno e estimulante para elas estarem? É hora de inverter essa lógica”.

 

Assista ao comentário completo no player acima.

 

leia: Setor paga o preço da falta de representação política

 

NOTÍCIAS

 

Efeito do “tarifaço” faz exportações despencarem em agosto

 

Os efeitos do tarifaço iniciado dia 6 de agosto tiveram fortes impactos nas exportações de móveis no mês de agosto, com queda de 24,1% abaixo de agosto do ano passado. Os dados são da Comex Stat/MDIC. 

 

O polo moveleiro de São Bento do Sul (SC), maior exportador brasileiro de móveis, embarcou US$ 2,3 milhões em agosto desse ano, registrando retração de 42,8% no comparativo com agosto do ano passado – o pior resultado em dez anos – e 77,6% inferior ao pico obtido no mês de agosto de 2022, com US$ 10,3 milhões.

 

Se a queda dos embarques para os Estados Unidos em agosto sofreu redução de quase 25%, em volume de peças foi muito menor. A queda chegou a apenas 4,3%.

 

Sua empresa tem programas de prevenção de acidentes?

 

Somente entre janeiro e junho de 2025, o Brasil já registrou 380.376 acidentes de trabalho e 1.689 mortes. Em comparação ao mesmo período de 2024, o crescimento é preocupante: quase 9% a mais de ocorrências e 5,63% a mais de óbitos.

 

Quando olhamos os estados com maiores índices por 100 mil trabalhadores, o Rio Grande do Sul tem o maior índice nacional: 1.087; Santa Catarina: 1.047; Paraná: 955 e Espírito Santo: 944.

 

Só estes dados já evidenciam a necessidade de reforçar os programas de Saúde e Segurança do Trabalho, investindo em prevenção e na conscientização dos empresários sobre isso. Por sinal, vamos tratar hoje no Cá Entre Nós sobre um tema muito polêmico: a falta de mão de obra.

 

A edição 81 do 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi também traz o quadro Saiu na Mídia, com informações publicadas pelas empresas de móveis e colchões em suas redes sociais.

 

Clique no player acima para assistir a mais uma edição do programa 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi.

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