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Como fidelizar os clientes depois da Black Friday?

Revisado Natalia Concentino - 28 de Outubro 2025
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Imagem: Freepik

A Black Friday está se aproximando e essa data continua sendo bastante aguardada pelo varejo. Em 2024, a ação movimentou R$ 9,3 bilhões no e-commerce brasileiro, segundo dados da Neotrust. Para 2025, a expectativa é ainda mais otimista, com projeções de crescimento.

 

Márcia Assis

É fato que muitas críticas surgiram porque marcas prometeram pequenos descontos ou, simplesmente, não sustentaram o nível de serviço prometido no pós-Black Friday, o que gerou frustração. Por outro lado, para quem é transparente, entrega valor real e se diferencia pelo atendimento, a data se torna uma verdadeira porta de entrada para novos clientes, gerando fidelização o ano todo.

 

O segredo é não olhar para a Black Friday como um fim em si mesma, mas como o início de uma jornada que pode se estender a longo prazo. Marcas que adotam esse mindset constroem relacionamentos mais duradouros, mesmo em um cenário competitivo. E o grande segredo são os dados.

 

Cada compra realizada na Black Friday é uma oportunidade de entender preferências e comportamentos, frequência de consumo e até ticket médio. Por exemplo, se um cliente comprou um smartphone, faz sentido que a próxima oferta seja um acessório compatível ou um plano de serviços.

 

Mais do que a venda cruzada, a inteligência de dados permite construir jornadas personalizadas, enviando recomendações relevantes no tempo certo, no canal preferido e com linguagem adequada. Com o uso de plataformas de comunicação, conseguimos automatizar esse raciocínio, criando trilhas personalizadas de relacionamento. Assim, é possível transformar o “cliente da Black Friday” em um cliente que se sente reconhecido e lembrado o tempo todo, com ofertas contextualizadas e personalizadas – e não com oportunidades genéricas.

 

Nesse sentido, é preciso manter uma atenção especial ao canal de relacionamento. O segredo é orquestrar os canais de forma integrada, evitando excesso de mensagens e priorizando a relevância e a preferência de cada cliente. Os e-mails oferecem ótimas oportunidades para ofertas personalizadas e conteúdos mais ricos, enquanto SMS e RCS são ideais para mensagens rápidas, diretas e com alta taxa de abertura. Já o WhatsApp cria proximidade, permitindo tanto a comunicação promocional quanto o suporte pós-venda, além dos push notifications, que funcionam bem em apps, especialmente com gatilhos em tempo real.

 

Em um cenário em que o consumidor busca mais do que preço, aliar os canais a estratégias eficazes pode fazer toda a diferença. Entre elas, está a criação de conteúdo educativo, como tutoriais, webinars, e-books e guias práticos, que ajudam o cliente a usar melhor o produto ou tomar decisões mais inteligentes.

 

leia: Black Friday expõe fragilidade do e-commerce frente a hackers

 

Criar uma experiência de comunidade com grupos exclusivos, fóruns ou clubes de vantagens que conectam clientes entre si promove um senso de pertencimento altamente valorizado – assim como serviços agregados, como consultorias rápidas, atendimento humanizado ou programas de fidelidade. Tudo isso gera muito mais reconhecimento de marca por parte do consumidor, criando a percepção de benefícios exclusivos para quem comprou na Black Friday, como acesso antecipado a novas coleções ou até mesmo ofertas VIP.

 

Contudo, alguns pontos são essenciais e devem ser levados em consideração – entre eles, a transparência, evitando prometer o que não se pode cumprir. A agilidade é outro aspecto fundamental, mantendo o cliente informado sobre entrega, suporte e eventuais problemas. Da mesma forma, a personalização permite a construção de ofertas e comunicações baseadas em histórico e preferências, o que desperta um sentimento de proximidade.

 

Vale lembrar que a fidelização não acontece de forma automática; ela é construída diariamente a partir de experiências consistentes. Quando a marca entrega mais do que o esperado, cria um vínculo emocional. O cliente deixa de enxergar a empresa apenas como fornecedora de produtos e passa a vê-la como parceira – alguém que entende suas necessidades e entrega valor contínuo. Isso é o que sustenta a fidelização no longo prazo e gera lucros o ano todo.

 

*Por Márcia Assis, gerente de marketing da Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de VoiceBot, SMS, e-mail, chatbot, WhatsApp e RCS.

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