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Empresas moveleiras estão vivendo seu momento Kodak

Por Ari Bruno Lorandi - 15 de Maio 2022

O principal problema para uma gestão eficiente em qualquer empresa é avaliar corretamente a velocidade das mudanças. Concorda?

 

Muitos já conhecem esta história, mas vamos rememorar para os mais jovens. Em 1975, o engenheiro de 24 anos, Steven Sasson, trabalhava na Kodak, quando criou a máquina fotográfica digital. A reação da diretoria, quando ele mostrou a ideia, foi mais ou menos essa: “muito legal, mas não fale sobre isso com ninguém”. Entrevistado, muito tempo depois, pelo The New York Times, Sasson disse que seus chefes observaram que fotos impressas eram padrão nos últimos 100 anos, e não existiam queixas e nem motivos para as pessoas preferirem ver suas imagens em uma tela.

 

É importante recordar que na época a Kodak era líder em fotografia e seu modelo de negócio girava em torno da fabricação de câmeras, filmes, revelação e impressão em papel fotográfico. Havia ainda as redes de lojas especializadas em revelação de fotos. 

 

Seguindo a história: Na década de 80, quando a japonesa Sony lançou o primeiro modelo de câmera digital, a Kodak fez um amplo estudo com consumidores. O resultado mostrou que ela tinha ainda uns 10 anos para se preparar para a transição do impresso para o digital. As conclusões estavam certas. O problema é que a Kodak deixou o tempo passar, e quando quis reagir era tarde. Para concluir este relato: Em 2012 a icônica marca, sinônimo de fotografia, faliu.

 

Então, o exemplo da Kodak deve servir de alerta para muitas empresas moveleiras. É verdade que alguns já entenderam que estão vivendo o “momento Kodak”. Mas a pergunta que precisa ser respondida é: quanto tempo possuem para promover a transição para um novo modelo de negócio?

 

Quem acompanha os meus comentários sabe quanto temos batido nesta tecla ao longo de muitos anos. Agora, depois da pandemia o tempo para corrigir a rota é curto e o maior risco é calcular errado a velocidade da mudança.

 

E o que seria o novo modelo de negócios? 

 

As indústrias de móveis precisam ser mais protagonistas e não ser apenas coadjuvantes de fornecedores e lojistas. Esta posição é incômoda e já provou há muito tempo que não vem dando certo. Quantas empresas mais irão desaparecer nos próximos anos? Quantas irão continuar no mercado fazendo mais do mesmo, para vender pelo menor preço possível e, assim, sobreviver por mais algum tempo? É preciso estar mais próximo do consumidor para atender seus desejos e necessidades. É preciso ter mais influência nas decisões sobre o que produzir para obter resultados.

 

Quem acompanha a revista Móveis de Valor e o nosso portal sabe do que eu estou falando. 

 

Cá entre nós: Não dá para adiar por mais tempo o planejamento da velocidade da transição, porque não há dúvida: as indústrias de móveis estão vivendo agora o seu momento Kodak.

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