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Coronavírus, ou como medidas fortes demais vão afundar o País

Por Natalia Concentino - 20 de Março 2020
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Medidas fortes demais podem afundar o Brasil

Sou do grupo de maior risco ao coronavírus. Sei disso e me protejo, sem precisar que os governos sejam meus tutores. Aliás, o risco, tanto para mim quanto para os outros grupos está presente no dia a dia. A imprensa alardeia que até agora morreram 10.000 pessoas e que “a marcha agora é de 2.000 mortes por dia”. Mas esta mesma imprensa doutrinadora não lembra que a gripe influenza mata 2.000 pessoas por dia; o rotavírus é responsável por mais de 2.000 pessoas diariamente e a tuberculose, mais de 2.500 pessoas por dia.

A culpa é da China?

Escrevi um artigo recente sobre “Como a China colocou o mundo de joelhos”. Houve quem contestasse parte dele, defendendo a China. Não gosto de contrapor opiniões, pois cada um tem a sua, mas é importante destacar que há forte suspeita de que o surto de Covid-19 tenha vazado de um laboratório de virologia chinês. A teoria da conspiração parte do fato de que o único laboratório de microbiologia na China que lida com vírus como o coronavírus está localizado em... Wuhan. A informação partiu de Steven W. Mosher, presidente do Population Research Institute e autor de "Bully of Asia: Why 'Dream' da China é a nova ameaça à ordem mundial". O líder chinês Xi Jinping falou sobre a necessidade de conter o coronavírus e criou um sistema para evitar epidemias semelhantes no futuro. Um sistema nacional para controlar os riscos de biossegurança deve ser implementado "para proteger a saúde das pessoas", disse Xi, porque a segurança do laboratório é uma questão de "segurança nacional".

A responsabilidade é do Brasil

O comércio pode demitir 5 milhões de pessoas até o fim de abril. É a estimativa de entidades patronais que representam bares, restaurantes e lojistas.

Esta é a primeira reação à absurda decisão de fechar o comércio que muitos estados adotaram. Entre eles estão São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Ceará. É evidente que outros estados seguirão pelo mesmo caminho.

O problema é que o fechamento do comércio implicará em cancelamento de pedidos às indústrias e o desemprego fatalmente alcançará os empregados deste setor.

Isso é como uma bola de neve e ninguém sabe onde vai parar. O que se sabe antecipadamente é que ninguém sairá ileso desta crise.

Não estamos desconhecendo a gravidade do problema de saúde pública, mas estamos questionando o exagero de medidas que podem afundar o País em uma recessão e, talvez, (sem parecer catastrófico) quando o comércio reabrir as portas, é o consumidor que não terá condições de comprar por ter perdido o emprego.

O que se conclui: o Brasil mirou na Itália e não na China. Essa já está acelerando a sua produção e contabiliza menos vítimas de coronavirus do que de qualquer outro vírus conhecido. Aquela, com uma população velha e um sistema de saúde deteriorado não deveria servir de base para a histeria brasileira.

É o que eu penso.

(Texto escrito por Ari Bruno Lorandi, CEO do Intelligence Group)

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