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O poder da literatura na vida dos empresários

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Imagem: Freepik

A convivência com empresários dos mais diversos setores da economia suscita em mim certa inquietação sobre o que eles costumam ler fora do ambiente de trabalho. Razoável imaginar uma estante atulhada de livros, mas no mesmo instante uma reflexão impulsiva me leva a crer que ali, talvez, o maior interesse seja por obras de não-ficção, do tipo receitas, fórmulas e passos para alcançar o topo da pirâmide. Posso estar enganado. Mas e os livros de ficção? O que há para ler? 

 

Não tenho acesso a pesquisas, contudo, posso assegurar que eles são uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento profissional e pessoal. Presumo que muitos não tenham conhecimento desses atributos, mas a boa notícia é que a falta de leitura tem cura e os ganhos são numerosos. 

 

Obras de ficção permitem descobrir mais sobre a alma humana e o mundo, enriquecem o conhecimento, aprimoram o vocabulário e os recursos estilísticos da língua. Tornam as pessoas mais completas, inspiradoras, capazes de fazê-las alcançar grandes resultados em suas empresas. Personagens e situações podem servir de exemplos e analogias para ilustrar pontos importantes e engajar a audiência. 

 

Estudos mostram que uma obra de ficção é um convite para caminhar na pele de personagens, experimentar suas alegrias, dores, dilemas e motivações, uma imersão que torna possível compreender melhor as emoções e necessidades dos colaboradores. Faz com que CEOs se coloquem no lugar dos outros, buscando soluções justas e benéficas para conflitos. 

 

Grandes líderes são grandes contadores de histórias – e a literatura de ficção é rica em narrativas envolventes. A escolha de livros deve ser personalizada, de acordo com os interesses e objetivos de cada um. O importante é dedicar tempo regular à leitura, mesmo que sejam alguns minutos por dia. E compartilhar reflexões e aprendizados com a equipe fortalece a cultura organizacional. 

 

O mais importante é escolher livros que você ache envolventes e que o desafiem a pensar de forma diferente. 

 

Livros de autoajuda podem ser complementares à jornada de desenvolvimento, mas não devem ser a única fonte de aprendizado. Utilizados com sabedoria, podem contribuir certamente para aprimorar habilidades essenciais à liderança, como inteligência emocional, comunicação eficaz e pensamento estratégico. Eles até estimulam a autorreflexão, a resiliência e a flexibilidade.

 

Mas se pretende melhorar a capacidade de analisar criticamente informações e argumentos, ou como as pessoas se comportam, quais as consequências de suas ações, bem, o caminho é fazer um mergulho nos livros de ficção. 

 

Lembre-se, investir em leitura é investir no futuro. Eu entendo, mudar a mentalidade leva tempo e esforço. É preciso ser paciente e persistente até encontrar maneiras de conectar os benefícios e tornar a leitura um hábito duradouro e prazeroso. Descubra o seu gatilho emocional e depois me conte qual livro de ficção está lendo.

 

leia: Turnover aumenta: quais os impactos para as empresas?

 

5 dicas de ficção inspiradoras

 

O Senhor dos Anéis - J.R.R. Tolkien: Explora temas como liderança, trabalho em equipe, superação de desafios e a importância de defender os valores que você acredita. 

 

Dom Casmurro - Machado de Assis: O livro oferece reflexões sobre a importância da comunicação honesta e da autoanálise na construção de relacionamentos saudáveis.

 

Guerra e Paz – Leon Tolstói: É rico em ensinamentos para CEOs que buscam liderar com sabedoria, responsabilidade e visão de futuro para alcançar o sucesso.

 

O Jogo de Ender - Orson Scott Card:  Livro de ficção científica que trata de liderança estratégica, tomada de decisões sob pressão, ética e a importância da empatia.

 

Dom Quixote - Miguel de Cervantes: Satiriza o idealismo e a busca por glória. Explora temas como perseverança, crenças e a importância de ter os pés no chão.

 

*Por Guilherme Arruda, jornalista, autor de biografias e escritor. Escreve para a revista Móveis de Valor como convidado.

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