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Será que temos razões para tanta preocupação com o governo?

Por Ari Bruno Lorandi - 13 de Novembro 2022

 

Se para você também o resultado das eleições causou decepção, neste barco estão metade da população brasileira, para dizer o mínimo. Claro que foi um balde de água fria no entusiasmo de quase todos os empresários do setor. Afinal, a máquina está montada e até agora conseguiu bons resultados com pandemia e guerra, imagina como seria com o horizonte mais azul...

 

Mas não é demais lembrar de que atravessamos períodos muito difíceis nas últimas duas décadas, e apesar dos políticos, conseguimos superar grandes desafios. Você conseguiu superar, orientando (ou reorientando) seu negócio para enfrentar os problemas. E não vai ser um governo qualquer que vai tirar o seu negócio dos trilhos.

 

Vou explicar melhor sobre o que me leva a ter esta convicção. Vamos avaliar o comportamento da indústria moveleira desde 2003 até 2022, usando dados do IBGE, que são os mais confiáveis.

 

Neste período sobrevivemos a três presidentes, antes de Bolsonaro, claro. Lembrando os oito anos de Lula a partir de 2003, os seis anos de Dilma a partir de 2011 e os dois anos de Temer, a partir de 2017. E agora estamos completando os quatro anos de Bolsonaro.

 

A produção física de móveis é uma verdadeira gangorra. Basta olhar para o gráfico. Analisando a situação, sem paixões, podemos tirar algumas conclusões bem interessantes. A primeira é que nos dois mandatos de Lula tivemos quatro anos positivos e quatro anos negativos, especialmente com a “marolinha” de 2008. Mas recuperamos tudo e mais um pouco em 2010, quando o mundo se recuperou da crise.

 

 

Entramos no governo Dilma no azul, mas graças às trapalhadas do poste do Lula, a produção foi ladeira abaixo nos últimos três anos de seu desgoverno, até o impeachment em 2016. Temer chegou e saiu sem que a situação se alterasse profundamente. E, por conta da pandemia, quando se imaginava que a economia brasileira iria decolar, as indústrias de móveis amargaram três anos difíceis. Se tem algo positivo do “fique em casa” foi o fato de as pessoas perceberem que precisavam comprar móveis.

 

Temos que admitir que vamos fechar 2022 com o maior tombo das últimas duas décadas. Nossa projeção indica recuo de 15,1%, no mínimo, na produção de móveis até dezembro.

 

Então, tenho razão para expressar minha convicção sobre o futuro das indústrias moveleiras? Claro que sim. E, como vimos no gráfico, sai governo entra governo e a gangorra continua. O que faz diferença é o comportamento do mercado, que sofre oscilações, muitas vezes independente da interferência ou da vontade dos governos.

 

Cá entre nós: Precisamos agora de mais união, afinal somos da resistência. E os erros que acontecerem no próximo governo serão cobrados por todos. Acredito nisso. Assim como acredito que um problema de décadas, que devemos aproveitar a oportunidade para solucionar, é o atraso do varejo em relação a capacidade de vender móveis. Mas sobre isso vou falar no meu próximo comentário.

 

Então, sempre juntos e sempre em frente!

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