IMG-LOGO

Sul espera aumento nas vendas e planeja contratações em 2022

Revisado Gabrielly Zem - 23 de Março 2022
PESQUISA.jpg
Região apresenta crescimento de 11% nas vendas e 68% das empresas pretende aumentar o quadro de profissionais.

A edição deste ano da pesquisa “Agenda”, da Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, realizada com 491 empresas -- 13% da Região Sul -- apresenta as prioridades e expectativas dos líderes empresariais para o ambiente de negócios no Brasil, em relação aos investimentos, às iniciativas e ao cenário econômico, social e político para 2022. As respostas são consequências da transformação digital, fundamentais para a sustentabilidade dos negócios, que se intensificou nos últimos 22 meses, devido à pandemia de Covid-19 que deixou o mundo num ambiente imprevisível de mudanças que, automaticamente, aumentou incertezas e provocou a descoberta de caminhos antes não calculados nos processos dos mais diversos setores das empresas. 

 

A pesquisa retrata que 47% das organizações participantes da Região Sul acreditam no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2022, em uma variação de 0,5% para mais de 2%. Essa visão otimista sobre a expectativa da economia acompanha o empresariado da região desde o início de 2021, segundo a edição anterior da “Agenda”, quando quase metade também afirmou que a economia, mesmo que de forma mais lenta, voltaria a crescer durante o ano e ficaria igual ao nível pré-crise da Covid-19. 

 

“As empresas da Região Sul se mostram, mais uma vez, confiantes sobre o cenário econômico da região. Os números apontam que os empresários se mantêm firmes no investimento de contratação e qualificação de pessoas, tanto quanto na aquisição de novas tecnologias, apesar da realidade ainda ser de preocupação com as variações econômicas e com os novos rumos que as eleições proporcionarão esse ano. A cautela na tomada de decisões permite às empresas investirem em melhorias e continuarem progredindo as metas dos anos anteriores.”, destaca Antonio Morais, líder de mercado para a região Sul da Deloitte Brasil

 

LEIA: Arapongas apresenta proposta de parceria com a Fomento Paraná

 

Vendas e contratação de profissionais são investimentos prioritários em 2022

 

Visando o ambiente favorável, as empresas da Região Sul se destacam da amostra geral e 28% apontam que esperam um crescimento de vendas acima de 20% em 2022; apenas 7% acreditam em uma queda. A média da taxa de crescimento de vendas na região, esperadas pelos empresários, é de 11%, uma das maiores em comparação com as demais regiões que participaram da pesquisa. Como uma das principais ações estratégicas para o ano foi apontada, por praticamente metade dos entrevistados (49%), a ampliação de pontos de vendas.

 

Em novembro de 2021, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou que a taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,6% no trimestre encerrado no mesmo mês e, ainda segundo o órgão, o Sul é a região com o menor índice de desemprego (7,5%) no último ano. Acompanhando os dados locais, o aumento no quadro de profissionais foi apontado por 68% dos respondentes -- sendo também destaque em relação às demais regiões. Isso mostra que o empresariado mantém o crescimento exponencial em relação à curva de recomposição de profissionais perdidos no ápice da crise, em 2020.

 

A “Agenda 2022” ainda revela que 12% das organizações pretendem manter o quadro sem efetuar substituição de profissionais, 18% manterão o quadro com substituições e apenas 2% devem diminuir o número de profissionais. Entre os que pretendem reduzir ou substituir, independentemente do cenário, as razões mais indicadas foram a substituição por profissionais mais qualificados e a redução de custos, ambas apontadas por 46%, a robotização ou automação de processos (36%) e a diminuição da demanda (27%).

 

Para 93% dos empresários do Sul, os investimentos prioritários serão em treinamento e formação, mas eles mostraram, ainda, que continuam seguindo o foco em tecnologias digitais e infraestrutura, pois também apontaram o lançamento de produtos/serviços (92%), a ampliação de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) -- para 76% --, e as parcerias com startups (68%) como prioridades em 2022.

 

LEIA: Indústria de papelão chega à Linhares para atender moveleiros

 

Empresas mantêm foco de investimentos em tecnologia e P&D

 

Os investimentos em qualificação tecnológica se destacam e são prioridade para 9 em cada 10 respondentes; a maioria das empresas da região (73%) vai direcionar esses treinamentos a diversas áreas da empresa. Além disso, os investimentos na área serão direcionados a aplicativos, sistemas e ferramentas de gestão (98%), segurança digital (96%), infraestrutura (95%), gestão de dados e atendimento ao consumidor, respectivamente, para 93%, canais de venda (91%) e customer marketing (89%).

 

 

Outros investimentos que chamam a atenção são os relacionados às tecnologias emergentes, ligadas ao agronegócio, que serão direcionados aos Robôs Móveis Autônomos (AMR), apontado por 33% das empresas, digitalização fabril (36%) e realidade virtual aumentada e drones (27%).

 

Na área de P&D, 87% dos empresários realizarão investimentos ao longo de 2022; 70% pretendem focar em pesquisa aplicada, 57% no desenvolvimento experimental, 32% em tecnologia industrial básica e 20% em pesquisa básica dirigida. As ações de inovação realizadas colaborativamente, segundo os respondentes, serão: treinamento de equipes (64%), troca de conhecimento e experiências (62%), interação com clientes (59%), apoio para adoção de novas tecnologias (49%), desenvolvimento de novos produtos/serviços (47%), realização de eventos (43%), simplificação de processos burocráticos (40%), realização de pesquisas (34%) e apoio para captação de recursos financeiros (26%).

 

LEIA: Ex-colaboradores da Móveis Rueckl ainda não foram indenizados

 

Reforma Tributária, Educação e Inflação são principais prioridades para o governo

 

A pesquisa identificou, de acordo com respostas dos empresários da região, prioridades para o governo em 2022. No que se refere ao estímulo à atividade econômica, foram apontadas a inflação abaixo dos 5% (79%), infraestrutura e logística (67%), geração de empregos (58%) e revisão da política de juros (46%). No campo do empreendedorismo, a ampliação do apoio às micro e pequenas empresas (69%), a ampliação da oferta de crédito às empresas (63%), o incentivo à transformação digital (63%) e a melhora de processos de abertura e fechamento de empresas (37%). Sobre impacto social, o esperado é a prioridade na educação (82%) -- também prioritário para as empresas avaliadas nas outras regiões --, a saúde (55%), o saneamento básico (51%) e a segurança pública (49%). Quanto à gestão pública, espera-se a reforma administrativa (69%), o combate à corrupção (53%), a desburocratização operacional (51%) e o planejamento estratégico de médio e longo prazo (41%). E por fim, referente às leis e regulamentações, as prioridades aguardadas são a reforma tributária (92%) -- apontada como principal em todas as demais regiões também -- e as revisões das leis trabalhistas (78%), do marco legal do saneamento (34%) e da legislação ambiental (28%).

 

Quanto à perspectiva dos respondentes da região Sul sobre a mais recente proposta de reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional, a maioria desconhece os termos (46%), enquanto 29% concordam parcialmente (sendo os pontos em que discordam a tributação de dividendos e a falta de foco na simplificação), 15% discordam dela e 10% concordam totalmente.

 

leia: Estão abertas as inscrições para o Projeto Comprador Movelpar

 

Preocupações, ações estratégicas e desafios em um ano de muitas expectativas

 

Apesar do otimismo, diante do que foi vivenciado nos últimos anos com as variações das últimas eleições e com os impactos da pandemia, os empresários do Sul apontam a inflação acima de 5% (69%) como principal preocupação para o ambiente de negócios na região, em 2022, seguido pela evolução do processo eleitoral (64%) e pela instabilidade política (61%). A alta dos juros (51%), a desvalorização do real (46%), uma nova onda de Covid-19 (43%), riscos fiscais (41%) e alta volatilidade na bolsa e no câmbio (39%) também foram apontados em respostas múltiplas pelas empresas.

 

As ações estratégicas, de acordo com as empresas, serão a aquisição de máquinas/equipamentos (61%), as ampliações de pontos de vendas (49%) e dos parques fabris (36%) e aquisições de novas unidades de produção (19%). Os desafios, porém, para tirar os projetos de capital do papel, são muito: em primeiro lugar, a volatilidade do mercado, seguidos, respectivamente, da imprevisibilidade de receitas/vendas, dos custos de captação para financiamento, da falta de mão de obra qualificada, da imprevisibilidade dos resultados, da definição de orçamento, da burocracia para captação de recursos, da insegurança legal/jurídica e do atendimento à ESG.

 

“Mesmo com incertezas no ambiente de negócios, as organizações continuarão investindo em transformação digital, capacitação profissional e melhoria contínua de suas operações. Somente assim elas vão se manter competitivas em um contexto de mudanças tão relevantes como o atual. A ´Agenda 2022´ revela que há uma consciência clara das empresas sobre o dever de casa a ser feito. Em cenários mais voláteis, a resposta das organizações sempre requer planejamento e pragmatismo”, destaca João Gumiero, sócio-líder de Market Development da Deloitte. 

 

LEIA: Varejo - baixa produtividade e informalidade tornam-se desafios

 

Metodologia e amostra da pesquisa

 

A edição de 2022 da pesquisa “Agenda” contou com a participação de 491 empresas, cujas receitas líquidas totalizaram R$ 2,9 trilhões em 2021 -- o que equivale a 35% do PIB brasileiro. A distribuição geográfica da amostra ocorre da seguinte forma (considerando a sede administrativa das empresas): 72% na região Sudeste, 13% na região Sul, 9% no Nordeste e 6% no Centro-Oeste e no Norte do País. Do total dos respondentes, 64% estão em cargos de liderança C-Level. Adicionalmente, 33% das empresas participantes são de prestação de serviços, 15% de bens de consumo, 15% de infraestrutura, 12% de TI e Telecomunicações, 9% de Agro, Alimentos e Bebidas, 7% de serviços financeiros, 7% de comércio e 2% de mineração, petróleo e gás.

 

Sobre a Deloitte

 

A Deloitte é a maior organização de serviços profissionais do mundo, com 345 mil pessoas gerando impactos que realmente importam em mais de 150 países. Com 176 anos de história, oferece hoje serviços de auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos e consultoria tributária para clientes públicos e privados dos mais diversos setores. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é líder de mercado, com mais de 6.500 profissionais e operações em todo o território nacional, a partir de 15 escritórios. Para mais informações, acesse o site

Comentários