A urgência de uma nova matriz exportadora de móveis para o País
Mais uma vez, o tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil é assunto no Cá Entre Nós. Ari Bruno Lorandi aproveita a repercussão para lembrar que o nosso país precisa encontrar com urgência uma nova matriz exportadora de móveis, pois os Estados Unidos absorveram nos últimos sete anos cerca de 35% de tudo o que o setor moveleiro brasileiro vendeu ao exterior. “Um número expressivo, que esconde uma fragilidade estratégica”, nas palavras do apresentador.
Lorandi acredita que essa dependência criada em cima de poucos destinos se revela especialmente arriscada diante de mudanças repentinas de cenário, como a recente decisão de Trump de aplicar tarifas de 50% sobre os móveis e demais produtos importados do Brasil. “Não é a primeira vez que isso acontece — e não será a última. Ficamos, de certa forma, reféns de uma rota fácil, mas que não oferece segurança nem estabilidade no longo prazo”, afirma.
“Mais grave que o impacto imediato é o tempo que se perdeu. Quando o Reino Unido figurava, em 2018 e 2019 como o segundo maior comprador de móveis brasileiros e depois cortou as compras pela metade, já se discutia a necessidade de diversificar mercados e, sobretudo, reposicionar o produto nacional no exterior. Mas faltou estratégia, visão de longo prazo e, talvez, ousadia. O resultado é uma matriz exportadora pouco inovadora, ainda baseada em volume e preço – sujeita ao câmbio oscilante no Brasil –, sem a força simbólica de um “design made in Brazil” e dependente de um pequeno número de compradores: nos últimos sete anos, apenas cinco países ficaram com 61% das compras e, em 2020, em plena pandemia, com 65% de tudo o que vendemos lá fora”, destaca o apresentador em seu comentário semanal.
O comentário completo de Ari Bruno Lorandi na coluna Cá Entre Nós está disponível no player acima.
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Quiz – De onde são os jovens mencionados pelo empresário?
“A geração que está ingressando no mercado de trabalho é certamente diferente em sua maneira de pensar e agir em comparação com as gerações mais velhas, mas eles são uma lufada de ar fresco. Os jovens têm ideias bastante claras sobre o que buscam profissionalmente e sabem o que não querem. Eles aspiram a se desenvolver profissionalmente em empresas com as quais se identificam e com as quais podem compartilhar valores e princípios”.
Estas observações sobre os jovens de hoje foram feitas por um empresário do ramo de colchões. Mas, ele não é brasileiro, como se pode concluir. Os jovens a que ele se refere são espanhóis.
Retaliar pode ser um tiro no pé
Uma eventual retaliação do Brasil à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos (EUA) pode gerar duas fontes de inflação: desvalorização do câmbio e aumento dos preços de insumos e do consumo. O alerta é de Bruno Funchal, ex-secretário do Tesouro do Banco Central brasileiro.
A potencial escalada dos preços pode ainda afetar a política monetária e adiar os cortes na taxa básica de juros, afirma.
O economista afirma que, além de agravar o cenário econômico, uma retaliação poderia intensificar as tensões políticas. Vale destacar que, ao taxar o país, Donald Trump citou “a forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro” na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A melhor resposta à tarifa comercial, de acordo com Funchal, é negociar com os EUA. “Tem que abrir os canais de comunicação e conversar”, recomenda.
ENTREVISTA
A edição dessa semana do 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi também conta com uma entrevista concedida por Luciano Raduan Dias, presidente da Abicol (Associação Brasileira da Indústria de Colchões), sobre toda a turbulência causada com a entrada em vigor do antidumping do poliol – assunto que vem sendo bastante debatido por empresários do setor colchoeiro nos últimos dias.
O programa completo 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi está disponível no player acima.




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