Brasil Plural: mobiliário precisa falar a língua de cada região
No Cá Entre Nós dessa semana, Ari Bruno Lorandi fala sobre a pluralidade brasileira e como isso afeta a compra de móveis. “Quando falamos em Brasil Plural, estamos falando de cultura, hábitos e costumes extremamente variados. E isso muda completamente a forma como as marcas se conectam com as pessoas. É por isso que, nos últimos anos, marcas regionais ganharam representatividade, protagonismo e até propósito. Elas entendem melhor as particularidades do seu público. Sabem o que funciona e o que não funciona naquele estilo de vida”, reflete o apresentador.
E continua seu raciocínio: “Não existe um móvel que sirva para o Brasil inteiro”. Pelo menos, não se quisermos competir com relevância. O morador do Sul não vive como o morador do Norte. A casa do interior não funciona como o apartamento de 40 metros quadrados da capital. As necessidades climáticas, sociais e até emocionais mudam.
E o móvel acompanha isso.
No calor do Nordeste, as pessoas buscam conforto térmico, ventilação, materiais específicos. No Sul, a prioridade pode ser aconchego, textura, proteção do frio. Na Região Norte — onde a logística pesa — durabilidade, facilidade de transporte e montagem podem ser ainda mais determinantes.
E no Sudeste? A luta por espaço redefine tudo: multifuncionalidade vira regra.
E aí entra o papel dos designers: entender que o Brasil não cabe numa estética única. O design brasileiro que triunfa é aquele que interpreta territórios, estilos de vida, memórias afetivas regionais — e transforma isso em produto.
Do lado do marketing, é a mesma lógica. Falar para o “Brasil inteiro” é quase não falar com ninguém.
A comunicação precisa reconhecer e valorizar essa diversidade.
O anúncio de TV, a foto no Instagram, a campanha promocional… tudo deveria refletir mais o país real: um país de contrastes, de cores, de ritmos, de maneiras diferentes de morar.
E a publicidade também entra nesse jogo. Porque não adianta mostrar só salas enormes e minimalistas se boa parte do consumidor vive em espaços compactos. Não adianta exaltar um estilo urbano pasteurizado se a força do interior molda metade do mercado.
A marca que acerta é aquela que enxerga, respeita e conversa com as diferenças”.
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NOTÍCIAS
Móveis acumulam perdas de US$ 33 milhões em exportações para os EUA
Os exportadores brasileiros de móveis deixaram de embarcar para os Estados Unidos US$ 33,2 milhões entre agosto e novembro desse ano na comparação com igual período do ano passado, por conta das tarifas impostas pelo governo Trump. Foram US$ 53,8 milhões ante US$ 87,1 milhões em 2024, uma queda de 38%. Se considerar os US$ 94,5 milhões registrados em 2023 no mesmo período, a retração sobe para 43%.
Para se ter ideia desse impacto, nesse mesmo intervalo em 2021 o Brasil exportou US$ 133,3 milhões e ano seguinte, US$ 125,5 milhões para o mercado norte-americano. Ao repetir o mesmo volume de 2016, é como se o Brasil tivesse entrado num túnel do tempo.
Em novembro, o polo catarinense embarcou apenas US$ 5,4 milhões, o menor nível em uma década. Esse total representa 56,7% a menos em relação a igual mês do ano passado. Outros expoentes que costumam abastecer os EUA, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia também recuaram em novembro em proporções parecidas: 49%, 75%, 59% e quase 56%, nesta ordem.
Apesar disso, os EUA continuam sendo o maior mercado para os móveis brasileiros. Em onze meses de 2025 as vendas totais somaram quase US$ 189 milhões, volume 24% menor em relação a idêntico período do ano anterior.
Mas nossos hermanos são o lado positivo no balanço dos onze meses. A Argentina acumulou compras de US$ 102,7 milhões, 21,4% maior quando comparado com janeiro-novembro de 2024. Chile e Paraguai também elevaram seus pedidos, com altas de 10,6% e 13,8%, respectivamente. O ponto fora da curva foi o México que turbinou suas compras em mais de 43% nesse ano.
São Bento do Sul (SC) mantem a liderança entre os polos brasileiros com embarques totais de US$ 68 milhões de janeiro a novembro de 2025 – é quase a metade do que exportou em 2022 (US$ 132,0 milhões).
De um total de 833 municípios que realizam negócios com o mercado externo, 320 não efetuaram nenhum embarque em 2025, ou seja, mais de 38% desse universo.
Pantone anuncia a cor do ano de 2026 e busca simbolizar a calma
A Pantone anunciou a Cloud Dancer como a Cor do Ano de 2026 — um branco suave escolhido para simbolizar calma, clareza e um respiro num mundo cada vez mais turbulento.
Segundo a empresa, o tom representa um novo começo, um convite à pausa e à reflexão, equilibrando simplicidade e foco sem abrir mão da criatividade. É uma cor que surge, segundo o Pantone Color Institute, em um momento de transformação global, no qual todos buscamos novos significados, novas possibilidades e um modo mais humano de viver.
Mas a especialista em cores Patti Carpenter, da Carpenter & Co. manifestou decepção: “Parece insensível neste momento de turbulência, caos e incerteza. Acredito que uma cor que representasse otimismo e esperança teria sido mais adequada. Eu adoraria ver uma cor que elevasse nosso espírito e nos reconectasse. Parece uma oportunidade perdida.”
Assista ao 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi na íntegra clicando no player acima.




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