Lei absurda expõe falta de defesa política do setor moveleiro
Ari Bruno Lorandi traz ao Cá Entre Nós dessa semana uma discussão sobre uma lei vista por ele como absurda e que vai interferir diretamente no setor colchoeiro. Trata-se de uma obrigatoriedade para que indústrias e lojas de colchões do Paraná recolham o colchão usado sempre que venderem um novo. “Parece bonito no papel, sustentável, ecológico, moderno. Só que tem um pequeno detalhe: não existe no Brasil uma única empresa capaz de reciclar colchões em escala industrial. Nenhuma. Zero. Ou seja: o governo cria uma obrigação impossível de cumprir. E, como toda lei impossível, ela só serve para uma coisa: gerar insegurança e abrir espaço para multa. E multa pesada. Estamos falando de penalidades que vão de 100 a 1.000 UPFs — hoje isso significa entre R$ 14 mil e R$ 143 mil. E quem vai pagar essa conta? As indústrias e os lojistas, naturalmente”, argumenta o apresentador.
Ele traz mais detalhes: “A lei ainda determina que as empresas façam o recolhimento sem poder cobrar nada do consumidor. E pior: não basta recolher. Elas têm que garantir a destinação final ambientalmente adequada — algo que, repito, não existe no Brasil. É como obrigar o setor a pagar por um serviço que ninguém presta. E, no fim das contas, é jogar toda a responsabilidade ambiental nas costas de um único elo da cadeia: quem fabrica e quem vende”.
Além disso, para Lorandi fica claro que essa lei expõe a falta de defesa política do setor moveleiro, que não possui representantes em cargos legislativos. “E eu volto ao meu ponto original: onde estamos enquanto isso acontece? Onde estão as entidades de classe? Onde estão as articulações regionais? Temos eleição em 2026 e até agora não existe um movimento coordenado para identificar candidatos comprometidos com a agenda do setor. Outros segmentos fizeram isso faz tempo. O agronegócio, por exemplo, tem uma bancada organizada, articulada, influente. O setor moveleiro? Nenhuma voz. Nenhuma bancada. Nenhum representante”, provoca.
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NOTÍCIAS
Rondônia muda o eixo das importações de colchões no Brasil
Em duas décadas (entre 2000 e 2019), a média de importação de colchões realizadas pelo estado de Rondônia não passava de 330 unidades anuais. No entanto, de 2020 a 2025 (até outubro), alcançou 8,4 mil unidades. Na primeira fase, a média em valor era de US$ 19,8 mil anuais e na segunda de US$ 352 mil. Foi assim que recentemente o estado se tornou a terceira força em volume e primeiro em valor no ranking nacional, à frente de São Paulo e Santa Catarina – que possuem portos marítimos para receber o que chega do exterior.
Sem saída para o mar, a economia de Rondônia depende das rodovias. Produtos industrializados como colchões, móveis, eletrodomésticos e calçados, chegam de grandes centros como São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais - por via rodoviária.
Móveis fora da nova lista de exceções de tarifas
Apesar da retirada da tarifa de 40% para alguns produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o cenário continua preocupante para Santa Catarina. A medida deixa de fora madeira e móveis onde Santa Catarina é um dos maiores em exportações do país. Desde que as tarifas foram aplicadas, o setor de madeira e móveis já fechou mais de 2,2 mil postos de trabalho em Santa Catarina.
Assista à mais uma edição do 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi no player acima.




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