O paradoxo do investimento improdutivo da indústria moveleira
Ari Bruno Lorandi faz uma analogia entre o que está sendo feito pelos empresários do setor moveleiro em termos de compras de maquinário e produção e a compra de um carro de Fórmula 1 para andar a 40 km/h no Cá Entre Nós dessa semana. Ele diz que, nos últimos anos, o setor moveleiro tem vivido essa contradição que é difícil de ignorar.
“A matemática é simples: se a capacidade produtiva aumenta, mas o ritmo de produção cresce em passos tão lentos, há um descompasso evidente entre o potencial das máquinas adquiridas e a forma como elas são efetivamente utilizadas. O cenário mais comum é encontrar equipamentos de alto valor, capazes de operar em ritmo acelerado e com múltiplos recursos tecnológicos, funcionando apenas em um turno de trabalho. Essa subutilização não só reduz drasticamente o retorno sobre o investimento, como acelera o processo de obsolescência tecnológica: a máquina envelhece antes mesmo de entregar tudo o que poderia”, afirma Lorandi.
O apresentador menciona que o capital investido não gera proporcionalmente mais valor. “O que deveria ser um ganho real de produtividade acaba virando um custo adicional — tanto na aquisição quanto na manutenção. E, com a velocidade das inovações na indústria de bens de capital, não é exagero dizer que parte dessas máquinas se tornará tecnologicamente ultrapassada antes de atingir sequer metade do seu potencial de operação”, explica.,
Aliás, Lorandi, aborda esse assunto por conta do que vivenciou durante a Fimma Brasil 2025, em que pôde observar o comportamento dos empresários moveleiros. Ele percebeu também uma crescente preferência por equipamentos chineses. “É inegável que, no curto prazo, o preço mais competitivo seduz e permite ampliar a capacidade instalada com menor desembolso inicial. Mas a economia aparente pode se transformar em dor de cabeça futura. O risco de falta de peças de reposição, a demora na logística internacional e a escassez de assistência técnica especializada no Brasil já se mostram problemas concretos em diversos segmentos. No caso de máquinas de alta complexidade, qualquer parada não planejada pode comprometer prazos, contratos e a imagem da empresa diante dos clientes”.
Confira a análise completa de Ari Bruno Lorandi no player acima.
ENTREVISTA
Esta edição do programa 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi também traz mais um trecho da entrevista com Helio Antonio Silva, CEO da Colchões Castor. Agora, Helio explica como enfrentar as frequentes crises na economia do país, do alto de sua experiência de anos à frente de uma das maiores fabricantes de colchões do Brasil.
NOTÍCIAS
Produção de móveis sobe 2,2% em junho e fecha semestre em alta
Os efeitos do Tarifaço ainda não foram sentidos pela indústria de móveis no País. Os dados de junho, da pesquisa mensal do IBGE, mostram que os primeiros seis meses do ano fecharam com leve alta de 2,6% depois da elevação em 2,2% verificados em junho na comparação com o mês imediatamente anterior.
Variação da produção regional dá título à Santa Catarina
O Rio Grande do Sul tem apresentado o pior desempenho este ano com cinco meses consecutivos de queda na comparação com igual período do ano anterior. Em junho a queda foi de 12,8% em relação a junho de 2024. O melhor desempenho foi de Santa Catarina, com 1,5% seguida do Paraná com 0,9%.
No primeiro semestre do ano o desempenho é semelhante com Santa Catarina à frente (8,7%), Paraná em seguida (5,5%) e o Rio Grande do Sul (-5,5%).
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