Os fornecedores são aliados ou adversários dos moveleiros?
Ari Bruno Lorandi usa o Cá Entre Nós dessa semana para analisar a relação entre indústria e fornecedor. Afinal, o fornecedor é um aliado ou adversário do fabricante? “Não é raro ouvir reclamações da indústria sobre seus fornecedores, especialmente em relação a matérias-primas. E essa tensão se intensificou muito na era pós-pandemia”, afirma o apresentador.
Em seu comentário, Lorandi lembra que a escassez e a crise logística global fizeram os preços dispararem naquele período. “O custo do transporte, por exemplo, chegou a dobrar. Era uma situação de mercado, é verdade. Mas o ponto é: a pandemia passou, mas os preços jamais voltaram ao que eram antes. É aí que nasce a insatisfação, por que a indústria se sente historicamente entre o mar e o rochedo — espremida entre a pressão do lojista e a política de preços do fornecedor.
Há muitos anos, eu costumava criticar os fabricantes de painéis. Bastava a demanda aquecer, e surgiam as manutenções nem sempre programadas, que reduziam a oferta e faziam os preços subirem. Lembro-me de ouvir um industrial dizer que 'pior era não receber a mercadoria do que pagar mais caro'.
O diretor comercial de um grande fornecedor de painéis me ligou na época e foi direto: 'Meu papel é garantir o lucro dos acionistas. Se eu não fizer isso, serei demitido.' Uma justificativa razoável para quem opera com capital aberto e tem o lucro como meta suprema. Estamos falando de diferentes objetivos corporativos”.
Lorandi pontua que os dados sobre essa relação são alarmantes, com o grau de satisfação dos fabricantes com seus fornecedores sendo muito baixo. Por isso, o apresentador aponta que pode haver uma grande falha na comunicação entre esses dois elos da cadeia moveleira.
E conclui: “O alicerce de uma cadeia forte é a confiança mútua. Por isso, é urgente transformar essa relação de adversidade em aliança”.
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NOTÍCIAS
Produção de móveis insiste em recuar mês a mês desde abril
Apenas os três primeiros meses de 2025 registraram alta da produção de móveis na comparação com igual mês do ano anterior. A partir de abril o recuo passou a ser mensal até agosto, última pesquisa divulgada pelo IBGE. E agosto bateu recorde de queda com -5,2%.
O segmento de colchões registra quedas ainda mais significativas em maio junho com -23,4% e -13,5%, respectivamente.
O índice acumulado no ano começou a recuar em março com -7,9%, -4,9% em abril e assim sucessivamente até chegar a 0,9% acumulado de janeiro a agosto, sinalizado que pode chegar em terreno negativo em setembro na comparação com igual período de 2024.
Na comparação com o mês imediatamente anterior, a produção de móveis de agosto subiu 0,1%, apenas repondo a queda de julho, de 0,1%.
Produção de painéis de madeira bate recorde no Brasil em 2024
A produção atingiu 9,7 milhões de metros cúbicos em 2024, o maior valor da série histórica, representando um crescimento de 19% em relação a 2023. As exportações cresceram 38% e as vendas domésticas aumentaram 16%.
Em relação a posição mundial, o Brasil subiu uma posição no ranking de produção, ocupando agora o 8º posto. A América do Sul tornou-se o principal destino das exportações brasileiras (29,6%), superando a América do Norte.
Exportações aos EUA diminui US$ 15 milhões em dois meses
Desde a aplicação das tarifas norte-americanas, o Brasil deixou de exportar quase US$ 15 milhões em móveis para os EUA — US$ 4,85 milhões em agosto e US$ 9,75 milhões em setembro, segundo o ComexStat/MDIC. As quedas foram de 24,2% e 40,0%, respectivamente.
Santa Catarina, principal polo exportador, perdeu quase US$ 5 milhões no bimestre, com retrações de 16,3% e 31,6%, afetando especialmente São Bento do Sul, onde as vendas recuaram mais de 50% e, como consequência direta, houveram férias coletivas e demissões.
No acumulado de janeiro a setembro, as vendas de móveis aos EUA caíram 10,1%, para US$ 164,8 milhões. O Paraná foi o único polo que cresceu no período, com alta de 29,6%.
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